“2027 é já daqui a bocado, ou [nós o PRA-JA] somos Governo ou somos parte do Governo (…), mas de forma positiva, de forma patriótica”. A presente garantia foi dada pelo político Abel Chivukuvuku, coordenador-geral da comissão directiva provisória do Partido do Renascimento Angolano – Juntos por Angola (PRA-JA), durante a segunda reunião ordinária dos membros das estruturas nacionais intermédias e de base.
Durante o referido encontro testemunhado por altos quadros do MPLA, UNITA, Bloco Democrático e representantes das embaixadas de Portugal, China, Rússia, e França, Abel Chivukuvuku avisou aos membros do seu partido para a importância de haver um maior empenho e preparação por parte de todos.
Entretanto, na rede social WhatsApp, alguns internautas sugerem que a garantia de Abel Chivukuvuku, que já foi um dos mais importantes quadros da UNITA desde o tempo de Jonas Savimbi, pode não passar de mero exercício demagógico, visando agradar aos seus, e justificam essa perspectiva referindo que a promessa de Chivukuvuku é uma repetição do que fez enquanto presidente da coligação CASA-CE, entidade agora liderada por Manuel Fernandes.
Mas será verdade que Chivukuvuku havia prometido fazer da CASA-CE Governo ou parte dele, e falhou?
Sim. Uma busca do Polígrafo África encontrou dados que suportam a acusação.
Em 2015, à margem de um encontro com jornalistas e apoiantes para recordar os três anos de existência da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), Abel Chivukuvuku deu garantia que a força política que liderava formaria governo em 2017. No ano seguinte, em 2016, quando realizava o seu II Congresso Ordinário, no Centro de Convenções de Talatona, Abel Chivukuvuku, que concorria à sua própria sucessão na liderança da organização, prometera que a CASA-CE seria, como resultado das eleições-gerais de 2017, “Governo ou parte do Governo”, porém, nenhuma nem outra coisa foi realizada.
E apesar de Abel Chivukuvuku não ter dito, na ocasião, se ser parte do Governo significava aceitar partilhar departamentos ministeriais com o MPLA ou se pensava em vir a formar Governo apenas com partidos na oposição, foram levantadas várias especulações. E se seguiu o seu afastamento da coligação em 2019.
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Avaliação do Polígrafo África: