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Abel Chivukuvuku rejeita aproximação ao MPLA e desiste do processo-crime que moveu contra dirigentes da Administração Pública

Política
O que está em causa?
Acusado de ter em agenda acções que visam desestabilizar a Frente Patriótica Unida (FPU) em favor do MPLA, líder do PRA-JA, a mais nova organização política em Angola, garantiu que a sua organização “não se revê” nos "camaradas" e deixou transparecer a ideia de que sobrevivência da FPU, plataforma pela qual participou nas eleições gerais associada à UNITA, está dependente de novos acordos tendo em conta o contexto.
© Agência Lusa / Ampe Rogério

Abel Epalanga Chivukuvuku, coordenador-geral do partido PRA-JA, rejeitou hoje, 27 de Dezembro, que esteja mancomunado com o MPLA, tendo sublinhado que se se identificasse com o partido governante em Angola, não teria a necessidade de criar o seu projecto político.

Chivukuvuku fez estas declarações durante a conferência de imprensa que convocou para esclarecer as polémicas em torno do seu partido, assim com de si próprio, dado que tem vindo a ser acusado de ter em agenda acções concretas que visam a desestabilização da Frente Patriótica Unida (FPU) em favor do MPLA.

As suspeitas contra Abel Chivukuvuku surgiram tão logo o Tribunal Constitucional deferiu o pedido de legalização do PRA-JA, depois de cinco anos de rejeição, mas acabaram por ganhar maior amplitude com as declarações que Chivukuvuku e os seus apoiantes entretanto proferiram, no sentido de de que o PRA-JA “será Governo ou parte do Governo” em 2027.

Entretanto, em conferência de imprensa, Chivukuvuku voltou a repetir a promessa e explicou que o seu projecto foi concebido com a vocação para governar. Como tal, poderá ser parte do Governo caso a FPU vença as eleições. Ou em caso de concorrer a solo, ele próprio vencerá o pleito eleitoral.

O antigo alto quadro da UNITA, e posteriormente líder da coligação CASA-CE, anunciou também que, como resultado da legalização do PRA-JA, deverá, em breve, levantar o processo-crime que moveu contra vários dirigentes da Administração Pública.

De referir que Chivukuvuku chegou a mover processos junto da Procuradoria-Geral da República contra diferentes administradores municipais e quadros dos Serviços Notariais, tendo em conta que, no período de recolha de assinaturas para a legalização do PRA-JA, estas diferentes instituições públicas emitiram e reconheceram cartões de munícipes e as assinaturas dos subscritores, mas o Tribunal Constitucional (TC) identificou como falsas mais de 7 mil assinaturas, uma cifra que acabou por determinar o chumbo do TC ao pedido de legalização do referido projecto político.

Superado o imbróglio da legalização, Chivukuvuku entende não fazer sentido continuar com o processo-crime contra essas pessoas.

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