“A cooperação com São Tomé e Príncipe abre um importante porto atlântico para os navios russos“, destaca-se num tweet de 24 de Setembro, escrito originalmente em língua italiana.
Refere-se também que o suposto acordo entre a Rússia e São Tomé e Príncipe ainda terá que ser submetido para ratificação na Duma Federal, em Moscovo.
Nos últimos dias têm surgido várias outras publicações nas redes sociais, do X/Twitter ao Facebook que apontam no mesmo sentido. Mas será que esta história tem algum fundamento?
Sim. No dia 5 de Maio de 2024, a agência de notícias russa Sputnik informou sobre um documento publicado no portal oficial de informações legais da Rússia, o qual revelava que um acordo de cooperação militar entre a Rússia e São Tomé e Príncipe tinha sido assinado na cidade russa de São Petersburgo, a 24 de Abril.
Trata-se de “um acordo militar de grande amplitude que prevê, entre outros pontos, a deslocação de navios e aviões de guerra para o arquipélago”, segundo apurou entretanto a “VOA” (em língua portuguesa).
De acordo com a mesma fonte, “o acordo estipula que ambas as partes acordaram em cooperar nos seguintes domínios: treino conjunto de tropas; recrutamento das Forças Armadas; utilização de armas e equipamento militar; logística; intercâmbio de experiências e de informações no âmbito da luta contra a ideologia do extremismo e do terrorismo internacional; educação e formação de pessoal.”
O acordo prevê também a participação das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe em exercícios conjuntos com as congéneres da Rússia, além de visitas da aviação militar e de navios de guerra russos a São Tomé e Príncipe.
Mais recentemente, o jornal “Público”, de Portugal, teve acesso ao documento original em língua russa e noticiou que, além de vigorar “por tempo indeterminado, também “prevê a troca de informações secretas entre os dois países”. Nomeadamente “sobre questões de interesse mútuo na esfera militar”.
De resto, confirmou que “inclui também a visita de navios de guerra e aviação militar russa ao arquipélago, a consulta sobre questões globais e regionais em matéria de segurança, actividades conjuntas de treino operacional e de combate e muito enfoque na formação militar, com instrutores de ambos os países enviados para instituições militares do outro país”.
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Avaliação do Polígrafo África: