O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, apresentou na manhã de terça-feira, 21 de Janeiro, um estudo sobre o “Estado da Economia” de Angola. Com base no documento, o líder partidário traça uma retrospectiva histórica das últimas três décadas e critica o Governo do MPLA, acusando-o de não ter conseguido melhorar a qualidade de vida dos angolanos, apesar de dispor de recursos significativos ao longo do período analisado.
Como exemplo, Costa Júnior salientou que, em 2008, Angola registou uma produção diária de petróleo de 1,9 milhões de barris, além das receitas provenientes de outros sectores da economia. Naquele período, segundo o líder da UNITA, o preço do petróleo no mercado internacional chegou a rondar os 144 dólares por barril.
“O Governo nunca soube aproveitar a era do boom petrolífero para implementar políticas de transformação estrutural (…)”, sublinha-se no documento.
É verdade que Angola registou uma produção petrolífera de 1,9 milhões de barris por dia ao preço de 144 dólares em 2008?
Sim. Nesse ano, de acordo com um estudo intitulado “Histórico de Produção e Previsão de Petróleo em Angola”, produzido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustível (ANPG), a produção petrolífera atingiu um nível histórico, aproximando-se dos 2 milhões de barris por dia.
Os dados da ANPG coincidem com os números do relatório apresentado pela African Energy Chamber para o período em causa. Ou seja, confirmando que a produção petrolífera alcançou cerca de 2 milhões de barris por dia.
No que diz respeito ao preço por barril, o documento de estatísticas do Orçamento Geral do Estado de 2008, elaborado pelo Gabinete de Estudos e Relações Económicas Internacionais do Ministério das Finanças, consultado pelo Polígrafo África, indica que o preço do barril de Brent atingiu níveis elevados naquele ano, ainda que de uma forma “extremamente volátil”.
No início de Julho de 2008, por exemplo, de acordo com o documento, o barril de Brent estava a ser comercializado a 144 dólares norte-americanos, conforme referiu o presidente da UNITA. Mas, em Setembro do mesmo ano, o preço desceu para 104 dólares.
Aliás, até ao final desse ano, o preço do barril caiu para 33,7 dólares, facto que obrigou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a instar os países então associados a reduzirem as suas produções, com o objectivo de estabilizar o preço.
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Avaliação do Polígrafo África: