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Ministro Adão de Almeida prometeu que Cabinda teria uma nova avenida marginal até 2018?

Política
O que está em causa?
"Afirmou um dia que Cabinda teria marginal até ao final de 2018, mas até aqui ela simplesmente não existe", comenta-se nas redes sociais. Verdadeiro ou falso?
© Shutterstock

O ministro Adão de Almeida “é tão claro quanto afirmou um dia que Cabinda teria marginal até ao final de 2018, mas até aqui ela simplesmente não existe! Facto para dizer que a boa teoria deve ser paralela à práxis“, destaca-se no comentário em causa.

Surgiu em reacção a uma publicação no Facebook de Celso Malavoloneke, membro do Comité Central do MPLA, que elogiava a capacidade comunicacional do actual Chefe da Casa Civil: “Quando Adão de Almeida explica, fica tudo muito claro. Desde sempre! É o porta-voz que o Executivo tanto precisa e não tem.”

É verdade que Adão de Almeida prometeu, em algum momento, a construção de uma avenida marginal em Cabinda até ao final de 2018?

Importa começar por referir que a avenida marginal em Cabinda é uma ambição antiga do Governo de Angola. Em 2014, o então secretário provincial das Obras Públicas, Juliano Capita, anunciou publicamente que a construção da marginal estava entre as principais prioridades do Executivo para a requalificação da província de Cabinda. Nessa altura, Capita advertiu que o projecto apresentava uma complexidade estrutural significativa, razão pela qual as obras não poderiam ser executadas a curto prazo.

Quatro anos depois, em 2018, circularam nas redes sociais diversos conteúdos que atribuíam ao então governador de Cabinda, Eugénio Laborinho, a promessa de que a marginal estaria pronta até ao final daquele ano. No entanto, essa promessa foi rejeitada pelo próprio Laborinho em 2019, como demonstram registos da Televisão Pública de Angola (TPA), onde o governador nega ter estabelecido um prazo concreto para a conclusão da obra.

No que respeita a Adão de Almeida, não existe qualquer registo – seja em declarações públicas, entrevistas ou documentos oficiais – que confirme a alegada promessa sobre a marginal de Cabinda. Nem enquanto ministro da Administração do Território, nem noutra função governativa, há provas de que tenha estabelecido tal compromisso com prazos definidos.

Contactado pelo Polígrafo África, o escritor Ramiro Gomes – autor do comentário – reconheceu ter cometido um erro e admitiu que se tratou de uma confusão. De seguida, apagou a publicação que continha a acusação infundada. Gomes esclareceu que, na realidade, Adão de Almeida prometeu a entrada em funcionamento da Refinaria de Cabinda em 2022-

À luz dos factos apurados, é falso que Adão de Almeida tenha prometido a construção da avenida marginal em Cabinda até 2018.

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Avaliação do Polígrafo África:

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