“Temos de dar a mão à palmatória: ele tem razão. Ainda que também devamos dizer ao Presidente da República que as autarquias são essenciais e quem as prometeu foi ele próprio. Mas, para todos os efeitos, temos de reconhecer que o Presidente tem razão. Aquelas populações precisam [desta medida], e eu, pessoalmente, tenho de admitir que fui uma das pessoas contra a nova divisão político-administrativa”, afirmou Pakisi num vídeo curto, partilhado no seu perfil do Facebook.
A publicação surgiu como resposta às declarações proferidas por João Lourenço em Cazombo, onde o Presidente afirmou ter “mandado passear a meia dúzia” de críticos à criação de novas províncias no país.
No mesmo vídeo, Pakisi reconheceu que, inicialmente, não via com bons olhos a divisão político-administrativa. Hoje, contudo, admite vantagens na medida promovida pelo Executivo.
“Hoje, observando bem, e tendo em conta as necessidades das populações destas localidades, o Presidente tem razão”, declarou.
Mas será verdade que João Lourenço prometeu eleições autárquicas e ainda não as realizou?
Os registos disponíveis confirmam que sim. Durante a campanha eleitoral de 2022, no Dundo, capital da província da Lunda-Norte, João Lourenço prometeu implementar as eleições autárquicas caso fosse reeleito para um segundo mandato.
“Devemos criar as autarquias que vão funcionar ao nível dos municípios”, garantiu o também Presidente do MPLA.
Para além desta promessa pública, o Programa de Governo do partido para o quinquénio 2022-2027 estabeleceu como compromisso a “implementação das autarquias locais segundo as melhores práticas internacionais”.
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Avaliação do Polígrafo África: