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Cine-Check. Alfred Hitchcock fez um filme em que revelou ter encontrado a cura para o fascismo?

Cinema
O que está em causa?
E se, de repente, o fascismo tivesse uma cura? Numa publicação viral, o cineasta britânico Alfred Hitchcock garante que sim. E explica o seu método ao detalhe.

Alfred Hitchcock não ficou propriamente conhecido pelos seus dotes de “curandeiro político”, mas num meme aparentemente resgatado das cinzas que se tornou viral nas redes sociais, garante que tem a cura para o fascismo. Sim, leu bem: a cura para o fascismo.

Falecido em 1980, o realizador terá dito, nas imagens que inspiram o meme, o que se segue: “Eu tenho aqui uma cura para o fascismo. Ela vem em cápsulas. Para melhores resultados, deve ser tomada internamente. Aqui temos um aplicador prático.”

O site de verificação de factos e-farsas investigou as imagens em causa e concluiu que estas foram retiradas de um episódio que integra a série “Alfred Hitchcock Apresenta”, exibida entre 1955 e 1962. Outra conclusão: nada têm que ver com fascismo ou fascistas. Cada programa iniciava com uma pequena introdução protagonizada pelo cineasta, em que este recorria à ironia e ao humor negro para contextualizar a história que se seguiria. No caso das imagens citadas, a introdução antecede o episódioUma Bala para Baldwin”, emitido em 1956, e Hitchcock refere-se não a uma cura para o fascismo, mas a “cura para a insónia” – ou seja, as legendas foram manipuladas.

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O que o mestre do suspense diz no clip é literalmente o seguinte: “Boa noite. Espero que me perdoem se parecer demasiado entusiasmado, mas acaba de chegar à minha posse a cura para a insónia. Vem em forma de cápsula. Para melhores resultados deve ser aplicada internamente. Aqui está o prático aplicador: é um dispositivo incrivelmente simples. Um idiota pode operá-lo e, na verdade, muitos o fazem. Estes objetos são muito importantes no conto desta noite.”

O que o mestre do suspense diz no curto clip é literalmente o seguinte: “Boa noite. Espero que me perdoem se parecer demasiado entusiasmado, mas acaba de chegar à minha posse a cura para a insónia.

Não há, em qualquer passagem do vídeo, nenhuma referência ao fascismo. O episódio conta a história de um funcionário que, depois de ter sido despedido, decide matar a tiro o seu patrão. No entanto, no dia seguinte o funcionário descobre que o este continua vivo e sem qualquer memória do incidente.

Porém, apesar de ter sido descontextualizado, este meme tem uma base verdadeira: durante a II Guerra Mundial, Alfred Hitchcock foi responsável pela produção de propaganda antinazi e antifascista. Em 1993, quase cinquenta anos depois do fim da guerra e treze anos depois da morte do cineasta, foram publicados dois filmes propagandísticos por si realizados: “Bon Voyage” e “Aventure Malgache”.

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Avaliação do Polígrafo África:

Nota: este artigo foi originalmente publicado no Polígrafo Portugal, sendo agora republicado no âmbito de uma parceria de conteúdos entre as duas publicações.

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