A conferência, organizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em parceria com a Universidade Católica de Angola (UCAN), reuniu especialistas nacionais e internacionais para debater os principais desafios da segurança digital, incluindo temas como a prova electrónica, tecnologias emergentes, responsabilidade penal no ciberespaço e as tendências da criminalidade online.
Foi no âmbito de um dos respectivos painéis que surgiu a alegação sobre a elevada exposição de Angola a ataques cibernéticos. “Angola é o segundo país em África com maior registo de ciberataques”, afirmou o interveniente, não referindo porém a fonte de informação.
“Angola é o segundo país na África com maior registo de ciberataques,” afirmou.
Esta alegação tem fundamento?
Sim. De acordo com dados oficiais e relatórios internacionais de referência, Angola figura, de facto, entre os países africanos mais afectados por ciberataques.
Por exemplo, o relatório da empresa Check Point, intitulado “Estado da Cibersegurança em 2025“, que avalia as principais ameaças, tendências emergentes e recomendações para os responsáveis pela segurança digital (CISOs), coloca Angola entre os países do continente com maior exposição a riscos cibernéticos.
Além de Angola, surgem igualmente países como Etiópia, Gana, Quénia e Zimbabué, todos classificados como nações com elevados níveis de vulnerabilidade face às ameaças no ciberespaço.
As consequências são expressivas. Dados disponíveis indicam que as pequenas e médias empresas (PME) angolanas sofreram prejuízos superiores a 2 mil milhões de dólares norte-americanos devido a esta vaga de ciberataques.
Para reforçar este quadro, o relatório da Cloudflare, relativo ao ano de 2022, já colocava Angola como o país africano mais visado por ataques de negação de serviço distribuído (DDoS, na sigla em inglês).
Em suma, a afirmação feita na conferência corresponde, de forma consistente, às evidências disponíveis: Angola está, de facto, entre os países africanos mais afectados pela criminalidade no ciberespaço, ocupando actualmente a segunda posição no ranking continental, de acordo com os dados mais recentes.
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Avaliação do Polígrafo África: