Em várias publicações nas redes sociais (do Facebook à aplicação WhatsApp, entre outras) denuncia-se que “na escola primária n.° 4089, localizada na Centralidade do Sequele”, em Cacuaco, várias crianças com batas brancas sentam-se no chão por falta de carteiras nas salas de aulas.
As imagens das crianças no chão têm gerado indignação nas caixas de comentários, apontando para o problema da falta de condições nas escolas angolanas.
“Triste realidade” desabafa um internauta que, no mesmo comentário, faz questão de comparar a situação das crianças nas imagens com a de supostos dirigentes angolanos que dispõem de “carros topo de gama”.
Noutro comentário criticam-se as prioridades definidas pelo Governo angolano no quadro da alocação de verbas no Orçamento Geral do Estado, afirmando que “este é o país em que se aposta mais no armamento do que na educação”.
Há quem afirme, por outro lado, que a realidade exposta na fotografia é recorrente e, face a isto, os alunos chegam a entrar em conflito para ter um assento. “Tem momentos em que os alunos costumam correr atrás das carteiras. No ano lectivo passado, um menino feriu o pé por causa de luta das carteiras. Estar ali é uma lástima para os alunos”, relata-se.
Na mesma publicação, outro interveniente opôe-se aos trabalhos de melhorias efectuados em algumas infra-estruturas na capital do país, afirmando que “em vez de ir pintar os prédios por causa da possível vinda de Joe Biden, devíamos melhorar as condições para as nossas crianças”.
O cenário exposto na imagem é real? Há escassez de carteiras naquela escola?
Sim. Deslocámo-nos até à escola primária n.° 4089, na Centralidade do Sequele, município de Cacuaco, onde falámos com funcionários e alunos que confirmaram a situação de escassez de carteiras naquela instituição de ensino.
Sobre a fotografia difundida nas redes sociais, o estudante Filipe Alexandre, de 12 anos, disse que os alunos da sala 26, da 6.ª classe, é que estavam naquela situação.
O Polígrafo África procurou ouvir a directora-geral da escola sobre o assunto, mas a responsável disse não ter autorização para falar com jornalistas.
De acordo com o presidente do Movimento de Estudantes de Angola (MEA), Francisco Teixeira, que difundiu a denúncia nas redes sociais, a fotografia foi captada por um membro da organização que verificou o caso e partilhou, com o objectivo de tentar resolver o problema da falta de carteiras nas escolas públicas.
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Avaliação do Polígrafo África: