Destaca-se nas redes sociais que o Banco de Cabo Verde (BCV) se prepara para lançar novas notas de 1.000 e 2.000 escudos. De acordo com várias publicações, o desenho das novas notas vai manter o alinhamento gráfico original. A principal novidade reside na incorporação de elementos adicionais de segurança, destinados a reforçar a protecção contra falsificações.
Segundo a informação disseminada nas redes sociais, as novas notas circularão em simultâneo com as actuais, ambas com pleno poder liberatório. Ou seja, continuarão a ser aceites como meio legal de pagamento em todo o território nacional.
Confirma-se que o BCV vai lançar novas notas?
A resposta é sim. O BCV vai mesmo lançar novas notas, mas a decisão não tem como objectivo colmatar a escassez de moedas metálicas, nem representa uma mudança estrutural no sistema fiduciário cabo-verdiano. De acordo com a informação disponibilizada pelo BCV, trata-se de um reforço técnico e logístico da actual série de notas em circulação, datada de 2014, com a introdução de melhorias ao nível da segurança e durabilidade do papel-moeda.
As novas notas de 1.000 e 2.000 escudos vão manter os elementos visuais e identitários das versões actuais. A nota de mil escudos continuará a homenagear o compositor e intérprete de funaná Codé di Dona, enquanto a nota de dois mil escudos manterá a imagem da icónica Cesária Évora, a “diva dos pés descalços”, figura emblemática da morna cabo-verdiana. O design mantém-se, sendo apenas incorporados novos elementos de segurança, tirando partido de avanços tecnológicos que visam aumentar a resistência física das notas e facilitar a sua autenticidade no manuseamento quotidiano.
Este anúncio ocorre num contexto marcado por reclamações crescentes sobre a ausência de moedas no mercado. Comerciantes, sobretudo os ligados ao pequeno comércio, como mini-mercados, vendedores ambulantes e operadores de transportes públicos, têm vindo a expressar nas redes sociais e na comunicação social a sua frustração com a alegada escassez de moedas. A dificuldade em obter trocos tem gerado constrangimentos nas transações do dia-a-dia, levando muitos a questionar: onde estão as moedas que o BCV diz emitir?
Em resposta a estas preocupações, o BCV esclareceu, através do comunicado oficial, que acompanha de forma contínua a circulação fiduciária no país e que, ao longo dos anos, tem reforçado o stock de moedas para atender às necessidades do mercado. Como exemplo, o BCV indica que, em Setembro de 2021, foram produzidas 5,4 milhões de moedas, tendo sido imediatamente colocadas em circulação cerca de 54,4% desse total.
Actualmente, segundo dados oficiais do próprio BCV, encontram-se em circulação 68,9 milhões de moedas. A produção total da actual emissão ronda as 70 milhões de unidades, sendo que, em média, o BCV coloca no mercado cerca de 2,3 milhões de moedas por ano.
__________________________________
Avaliação do Polígrafo África: