As estruturas políticas do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) antevêem um processo renhido para a eleição do próximo presidente da organização, no pleito aprazado para o dia 30 de Março deste ano.
A presente perspectiva dessas estruturas resulta do facto de dois pesos pesados do partido – nomeadamente Francisco Carvalho, presidente da Câmara Municipal da Praia, a capital de Cabo Verde; e Nuias Silva, actual vice-presidente do PAICV e presidente da Câmara Municipal de São Filipe – terem anunciado a pretensão de concorrer à liderança do partido.
Francisco Carvalho fez o anúncio através da sua página no Facebook, no dia 2 de Janeiro, pouco tempo depois do anúncio dos resultados das eleições autárquicas que confirmaram a sua reeleição para o cargo de presidente da Câmara da Praia com mais de 25 mil votos.
“Coloco-me como candidato à presidência do PAICV, por uma gestão inclusiva, participativa, que resgate o passado dos nossos grandes ideais, em equilíbrio com a modernidade que nos exige o futuro. E faço-o, neste momento, obedecendo a um dever de consciência como cabo-verdiano, e assumindo o meu compromisso com o meu país e com o meu partido. Cabo Verde precisa de todos”, escreveu Carvalho.
Já Nuias Silva, actual primeiro vice-presidente do PAICV – que tinha prometido que só se candidataria caso o ainda presidente do partido, Rui Semedo (eleito em 2021 com 99% dos votos), decidisse não se recandidatar -, fez o seu anúncio igualmente através da rede social Facebook.
Entre outros objectivos, Nuias Silva coloca entre os desafios do PAICV a serem alcançados o trabalho com a sociedade sem exclusão, visando o reforço das instituições.
“O PAICV tem o dever de fazer mais e de fazer melhor pelas liberdades, pela democracia, por uma sociedade sã, sem medo e participante activo do processo transformacional do país. Cumprir a Constituição e as leis, combater a corrupção e descrispar o relacionamento entre os órgãos de soberania, entre o Governo e os municípios e entre o Estado e a sociedade civil e os cidadãos são prioridades nacionais”, advogou Silva.
De referir que Carvalho e Silva não são os únicos militantes do PAICV a manifestar a intenção de liderar o partido. O deputado nacional pelo círculo da Europa, Francisco Pereira, também já revelou o seu desejo de presidir ao PAICV.