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Cabo Verde e Guiné-Bissau tinham bandeiras praticamente iguais até 1992?

Internacional
O que está em causa?
Numa publicação no Facebook é afirmado que Cabo Verde e Guiné-Bissau “dividiam a mesma cor da bandeira” até 1992 e só a partir desse ano o país de língua oficial portuguesa formado por 10 ilhas passou a ter este símbolo nacional com a configuração que atualmente apresenta. 

Num “reel” (vídeo que permite o uso de vários efeitos além da imagem e som originais) na sua conta do Facebook, o utilizador faz a apresentação da bandeira de Cabo Verde, em particular da evolução histórica e significado da composição (cores e desenhos).

Mostrando as duas versões no rodapé da imagem, o autor desta publicação refere, em crioulo cabo-verdiano, que o país dividiu as cores da bandeira com a Guiné-Bissau de 1975 a 1992, tendo criado depois um novo figurino para este símbolo da identidade nacional.

Tal corresponde à verdade?

A consulta da página oficial do Governo de Cabo Verde confirma que o país adotou uma nova bandeira em 1992 (em resultado da revisão da constituição efetuada nesse ano), assim como a respetiva descrição física e interpretação apresentadas. Através de outras páginas oficiais de organismos estatais de Cabo Verde e da imprensa constata-se também que a bandeira oficial desde 5 de julho de 1975 (data da proclamação da independência) até setembro de 1992 era, efetivamente, muito semelhante à da Guiné-Bissau, com as mesmas cores (e sua disposição) e a estrela negra.

A bandeira de Cabo-Verde entre 1975 e 1992…
…e a da Guiné-Bissau

Qual a razão para que as bandeiras destes dois países tenham sido quase iguais?

Na origem desta similitude está o movimento político que conduziu a Guiné-Bissau (1973) e Cabo Verde (1975): o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). A bandeira do PAIGC inspirou, assim, as destes dois países que se autodeterminaram (no caso da Guiné-Bissau é mesmo igual).

Com efeito, é verdadeiro que Cabo Verde e Guiné-Bissau tiveram bandeiras praticamente iguais até 1992.

Avaliação do Polígrafo África:

 

 

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