O ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, anunciou no Parlamento que viajará para Cuba até ao final do mês, com o objectivo de negociar a contratação de cerca de 70 médicos especialistas, de modo a colmatar o défice de recursos humanos no sector da Saúde. Segundo o governante, este défice resulta da expansão do sistema de saúde cabo-verdiano nos últimos anos.
Contudo, numa publicação nas redes sociais, um cidadão cabo-verdiano alertou que esta decisão “poderá colocar o país no centro de uma tempestade diplomática com os Estados Unidos”.
“A medida, anunciada pelo ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, poderá ser interpretada como uma violação directa do embargo económico e diplomático dos EUA contra Cuba, o que, sob a administração liderada por Donald Trump, poderá resultar em sanções, cortes de apoio financeiro ou outras formas de represália”, sublinhou.
Mas esta afirmação é enganadora. Cabo Verde e Cuba mantêm uma relação de cooperação técnica desde a independência do arquipélago, há 50 anos, abrangendo vários domínios, com particular destaque para o sector da Saúde.
No âmbito dessa cooperação, os dois países assinaram uma terceira convenção denominada “Cuba Salud 2018“, que contempla, entre outros pontos, a formação de médicos cabo-verdianos em cursos de graduação e pós-graduação em Cuba. Também está prevista a participação de Cuba no desenvolvimento do turismo de saúde em Cabo Verde, através de uma oferta alargada de serviços para exportação na área da saúde.
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Avaliação do Polígrafo África: