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Carlos Contreiras, que agora apela à rebelião contra o Governo, apoiou o MPLA em várias ocasiões?

Política
O que está em causa?
Carlos Contreiras, antigo presidente do extinto Partido Republicano de Angola (PREA), tem feito apelos públicos para a alteração da ordem constitucional, visando a destituição do MPLA, partido no poder, contra o qual dirige diversas acusações. No entanto, nas redes sociais circulam mensagens que o apontam como alguém que, no passado, apoiou os "camaradas". Há quem suspeite que os seus actuais ataques não passam de chantagens com fins financeiros.

«Carlos Contreiras está a declarar guerra ao Governo angolano, insulta e ameaça, mas o que é facto é que já apoiou o MPLA e o seu candidato em mais do que uma ocasião. Com estas ameaças, pretende apenas mostrar que ainda está vivo… e receber o cheque», refere uma mensagem a circular no WhatsApp.

Também no Facebook têm sido difundidas declarações com insultos e ameaças atribuídas a Carlos Contreiras, que muitos internautas consideram já não ter credibilidade.

O Governo angolano e os órgãos de defesa e segurança têm, até ao momento, optado pelo silêncio perante os apelos à violência proferidos por Contreiras.

Mas será verdade que Carlos Contreiras apoiou, de facto, o MPLA em diversas ocasiões?

Os dados disponíveis indicam que sim. Nas eleições de 2012, ganhas pelo MPLA com maioria qualificada, Carlos Alberto Contreiras Gouveia apelou aos militantes do PREA para que votassem na reeleição de José Eduardo dos Santos (já falecido), alegando que os “camaradas” e o seu candidato eram, na sua óptica, os únicos em condições “patrióticas” de garantir a estabilidade e o progresso do país.

O cenário repetiu-se em 2017. Para esse pleito, o MPLA apresentou João Lourenço como cabeça de lista, por proposta de José Eduardo dos Santos. Contreiras voltou a apelar ao voto no MPLA e no seu novo candidato.

Já nas eleições gerais de 24 de Agosto de 2022, Carlos Contreiras reiterou o seu apoio à candidatura de João Lourenço.

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Avaliação do Polígrafo África: 

 

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