“Abel Chivukuvuku considera Venâncio Mondlane um cobarde e desvaloriza revolução moçambicana, chamando-a antes de tragédia”, lê-se numa publicação na rede social Facebook, datada de 22 de Março.
No mesmo post afirma-se que Chivukuvuku justificou essa classificação por Mondlane se ter refugiado no estrangeiro enquanto incentivava os jovens manifestantes, que acabaram mortos por balas reais disparadas pela polícia.
As palavras atribuídas a Chivukuvuku teriam sido proferidas em resposta a uma questão colocada por um jovem da plateia na referida palestra, realizada na semana passada, no Huambo, onde o político discursava na qualidade de coordenador-geral do Partido do Renascimento Angolano – Juntos por Angola (PRA-JA).
Mas será verdade que Abel Chivukuvuku considerou Venâncio Mondlane um covarde?
Os registos indicam que o ex-dirigente da UNITA não utilizou essa expressão. Durante a palestra, realizada na província Huambo, Chivukuvuku criticou a Frelimo, o partido no poder em Moçambique, afirmando que esta realizou uma “fraude eleitoral mais brutal” do que “o MPLA em Angola”.
“Os moçambicanos reagiram, morreram mais de mil pessoas, e mudou alguma coisa? A Frelimo não continua no poder? Valeu a vida das pessoas que morreram? Portanto, nessas coisas é preciso sempre ter o sentido da vida. Eu não posso mandar o filho do outro morrer, entretanto, na altura o nosso irmão Venâncio nem estava em Moçambique, mando os outros morrer e eu estou longe! Portanto, tudo tem de ser avaliado nas circunstâncias e contextos próprios”, disse Chivukuvuku, sem utilizar a palavra “cobarde” para classificar Mondlane.
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Avaliação do Polígrafo África: