“Após Venâncio Mondlane ter feito uma denuncia ontem no canal português “CNN Portugal” que sofreu tentativa de morte por parte do SINSE [Serviço de Inteligência e Segurança de Estado de Angola], na Africa do Sul, vários moçambicanos invadiram as páginas do presidente angolano João Lourenço e o seu partido MPLA”, afirmou um internauta no Facebook.
Na publicação acompanhada de vários screenshots, o internauta garantiu ainda que “nestes instantes os moçambicanos estão a inundar a página oficial do Presidente [de Angola] com comentários, e não termina por aí, para além de comentários, os moçambicanos estão denunciar a página de João Lourenço para que seja banida do Facebook”.
Outro utilizador daquela rede social chegou a dar como certo que a página de João Lourenço já teria sido mesmo penalizada pelo Facebook na sequência dos comentários por parte dos moçambicanos: “(…) o Facebook acabou de eliminar uma publicação do Presidente angolano por causa de elevadas denúncias.”
Mas será verdade que moçambicanos invadiram o Facebook de João Lourenço?
A resposta é positiva. Através de uma pesquisa na página oficial do Presidente angolano, conclui-se que muitos cidadãos moçambicanos, algumas vezes usando palavras grosseiras e obscenas, têm vindo a apelar para que não se imiscua nos assuntos relacionados com o processo eleitoral de Moçambique, que deu vitória à Frelimo, partido que governa o país há 49 anos, e ao seu candidato presidencial Daniel Chapo. O pedido de não interferência surge na sequência das denúncias feitas por Venâncio Mondlane na entrevista que concedeu à CNN Portugal, em que garantiu que as forças de inteligência de Angola e de Moçambique têm trabalhado juntas para o localizar.
“A informação que me chega é que o SISE [Serviço de Informação e Segurança do Estado], que é a força de inteligência de Moçambique, está a trabalhar com o SINSE [Serviço de Inteligência e Segurança de Estado], que é a inteligência de Angola, para rastreamento das minhas chamadas e do local onde estou. Também sei muito bem que estão, neste momento, à procura de cooperação internacional para me localizarem”, denunciou Venâncio Modlane.
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Avaliação do Polígrafo África: