Uma das publicação, datada de 4 de Setembro, no Facebook, refere que “o ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano lançou um dos mais duros diagnósticos dos últimos anos sobre a crise africana, afirmando sem rodeios que a corrupção sistémica e a má governação estão a empurrar o continente para ciclos intermináveis de instabilidade política, social e económica”.
Nos comentários, alguns utilizadores questionam a coerência das supostas declarações, acusando Chissano de contradição entre palavras e actos. “Faliu todas as empresas que Samora Machel deixou para poder receber taxas de importação de produtos sul-africanos, esse mesmo diabo admira-se dele”, escreveu um internauta. Outro acrescentou: “Se ele mesmo é o pior corrupto da história de Moçambique”.
Mas confirma-se que Joaquim Chissano terá, de facto, proferido tal discurso?
A resposta é sim. O ex-presidente de Moçambique discursou no Diálogo Africano sobre Paz e Segurança, realizado em Magaliesburg, na África do Sul, uma iniciativa da Fundação Thabo Mbeki. Na sua intervenção, destacou a importância de instituições públicas fortes e credíveis para o desenvolvimento do continente. “Para a nossa África prosperar, precisamos mesmo de instituições públicas sérias e em que o povo possa confiar. Sem isso, estamos apenas a enganar-nos a nós próprios”, afirmou.
Chissano mostrou-se também preocupado com os processos eleitorais no continente, alertando para os riscos da instabilidade política: “Uma área onde devemos focar toda a nossa atenção é na realização de eleições credíveis, meu povo. A violência pós-eleitoral não pára de aumentar e mostra como o processo eleitoral no nosso continente é volátil. Estamos a assistir a um aumento enorme de acusações de fraude eleitoral e de roubo de votos. Isto não pode continuar assim”, sublinhou.
O encontro, promovido pela Fundação Thabo Mbeki, teve como objectivo reforçar o debate sobre os desafios à paz e à segurança em África, colocando no centro da discussão a necessidade de instituições públicas confiáveis e a realização de eleições transparentes.
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Avaliação do Polígrafo África:




