“Este ano, o país está com uma taxa de crescimento aceitável de 3,5% ao ano. Se considerarmos a economia não petrolífera, estamos com uma taxa de crescimento maior, de 4,5%, uma taxa de inflação de 22% — que, se possível, procuraremos reduzir. O desemprego está em 29%”, afirmou João Lourenço.
Além do crescimento económico, o Presidente destacou ainda a evolução positiva do rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB), que, segundo afirmou, passou de mais de 100% há alguns anos para os actuais 63%. Estes indicadores foram por si apontados como marcos relevantes na celebração dos 50 anos de independência do país.
Mas estarão estes números em linha com os dados disponíveis?
Em Janeiro deste ano, as Nações Unidas projectaram um crescimento de 3,1% do PIB angolano para 2025, ligeiramente acima dos 2,9% estimados para 2024. A previsão consta do relatório World Economic Situation and Prospects, divulgado anualmente pela ONU.
No entanto, dados mais recentes divulgados em Maio pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola indicam que a economia registou um crescimento de 3,5% no primeiro trimestre do ano, superando as projecções iniciais. O desempenho foi impulsionado sobretudo pelos sectores da extracção de diamantes, minerais metálicos e não metálicos, bem como pelos serviços de correios e telecomunicações, segundo noticiou o jornal Expansão, especializado em economia.
Já em relação ao mercado de trabalho, os dados do INE apontam para uma taxa de desemprego global de 29,4% no primeiro trimestre de 2025, o que representa um número absoluto de 5,3 milhões de pessoas com 15 ou mais anos sem emprego — 2,5 milhões de homens e 2,7 milhões de mulheres. O valor está em linha com a estimativa referida pelo Presidente, embora ligeiramente acima do número por si citado.
Desde modo, aplicamos o selo verdadeiro às declarações de João Lourenço. A taxa de crescimento de 3,5% encontra respaldo nos números do INE relativos ao primeiro trimestre, enquanto a taxa de desemprego, embora ligeiramente superior ao valor mencionado pelo Chefe de Estado, mantém-se dentro da mesma ordem de grandeza.
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Avaliação do Polígrafo África: