O Presidente da República de Moçambique assegurou que o combate ao crime organizado, incluindo os raptos, será uma prioridade da sua governação, afirmando que “a segurança deve voltar a ser uma realidade para todos os moçambicanos. A justiça não pode ser uma promessa distante”. Estas declarações foram proferidas na cerimónia de tomada de posse de Daniel Chapo, realizada na quarta-feira, 15 de Janeiro.
Para enfrentar esses desafios, o quinto Presidente de Moçambique anunciou o lançamento de medidas concretas, prometendo um fortalecimento da capacidade de resposta do Governo. Entre as iniciativas destaca-se a criação de uma unidade central especializada na recolha, análise e partilha de informações de inteligência. Além disso será introduzido um sistema de alerta de raptos e crimes violentos que permitirá uma ampla divulgação das ocorrências e facilitará denúncias rápidas e seguras por parte da população.
“Os raptos que tiram a paz das nossas famílias, muitas vezes com a cumplicidade de quem devia proteger-nos, são um ultraje que não vamos tolerar”, garantiu Chapo. Há provas dessa suposta “cumplicidade”?
Sim. Em Maio de 2024, o Comando-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, admitiu o envolvimento de agentes da corporação nos crimes de raptos e assaltos, com recurso a armas de fogo, e instruiu as direcções e vários ramos da PRM a apurarem as causas que estão a colocar em causa a segurança pública no país.
Nessa altura, o comandante-geral da PRM instruiu os vários ramos a investigarem a fundo as motivações do fenómeno.
Bernardino Rafael apelou aos agentes que “abandonem o comportamento desviante” e avisou que iria “exercer pressão contra o agente da polícia que participa com grupos que praticam crimes”, expulsando os agentes envolvidos.
“Alguns colegas estão a perder a cabeça. Não pode ser a Polícia a aumentar os índices de criminalidade no país. Se a Polícia comete crimes está prejudicando aquilo com que nos comprometemos”, advertiu Bernardino Rafael, em Chimoio, no lançamento da semana da PRM, que assinalava 49 anos de sua criação no dia 17 de Maio.
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