“Vejo a UNITA muito crescida (…). Comecei a trabalhar activamente na política doméstica da UNITA em 2007 e testemunhei os baixos níveis em que nos encontrávamos em 2007 e 2008. Quando fomos às eleições gerais, passámos de 70 para 16 deputados. Percorremos o país, mobilizámos as pessoas e comecei a sentir a evolução, a aceitação e o crescimento do partido, sobretudo a partir de 2012″, afirmou o deputado Rafael Massanga Savimbi em entrevista à Rádio Essencial, no dia 25 de fevereiro.
Respondia a uma pergunta sobre se a eventual dissolução da Frente Patriótica Unida (FPU) poderá enfraquecer a UNITA ao nível eleitoral. “Em 2017, pela primeira vez, conseguimos eleger dois deputados em Luanda. Em 2022, sim, a plataforma FPU também contribuiu, mas é preciso reconhecer que a UNITA vinha crescendo. Em 2017, elegemos Nelito Ekuikui e José Eduardo como deputados em Luanda. E em 2022 só aumentámos um”, acrescentou Massanga Savimbi.
Entre outras considerações, o filho de Jonas Savimbi, fundador da UNITA – que morreu em combate com as Forças Armadas Angolanas (FAA) a 22 de Fevereiro de 2002 – referiu não ser apologista do individualismo partidário, mas sim da unidade entre todas as forças da oposição. Disse ainda acreditar que quando Abel Chivukuvuku, líder do PRA-JA, afirma que será Governo ou parte do Governo, se refere a um Executivo resultante de uma vitória eleitoral da FPU, plataforma com a qual a UNITA concorreu às eleições de Agosto de 2022, integrando o PRA-JA, o Bloco Democrático e elementos da sociedade civil.
Mas será verdade que a UNITA elegeu dois deputados em Luanda em 2017 e que, com a FPU, acrescentou apenas um em 2022?
Sim. No geral, o MPLA venceu as eleições de 2017 com 4,1 milhões de votos (61,8%), tendo eleito três deputados em Luanda, de um total de cinco que legalmente se elegem em cada província. Por sua vez, a UNITA, que obteve 759 mil votos na capital do país, conquistou dois mandatos.
Na altura, o BD participou nas eleições gerais como parte da Convergência Ampla de Salvação Eleitoral (CASA-CE), então liderada por Abel Chivukuvuku, que agora chefia o PRA-JA.
No entanto, devido a divergências, Abel Chivukuvuku, que presidia à coligação apesar de não possuir uma organização política nessa estrutura, foi destituído do cargo pelos partidos integrantes da CASA-CE, em 2019, e o BD rompeu definitivamente com a coligação em 2021.
Nas eleições gerais de 2022, o BD integrou a UNITA através da plataforma informal FPU e Chivukuvuku, que tentava legalizar o seu projecto político PRA-JA, concorreu a Vice-Presidente da República pela lista da UNITA, através da mesma plataforma.
Nessas eleições, a CASA-CE, que em 2017 elegera 16 deputados no círculo nacional, perdeu todos os assentos parlamentares, enquanto a UNITA alcançou o melhor resultado eleitoral da sua história, conquistando 90 deputados. No entanto, em Luanda, tal como afirmou Rafael Massanga Savimbi, a UNITA elegeu apenas mais um deputado do que em 2017.
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Avaliação do Polígrafo África: