“A juventude africana é uma das maiores reservas de esperança e de renovação para a humanidade. Mais de 60% da população africana tem menos de 25 anos. Enquanto o mundo procura soluções para lidar com o envelhecimento populacional, África representa uma fonte crescente de dinamismo humano, de criatividade e de capacidade produtiva”, declarou João Lourenço, destacando ainda o papel da GAVI na preservação de vidas.
O Presidente angolano, que discursou também na qualidade de Presidente em exercício da União Africana, agradeceu ao presidente da GAVI, o português Durão Barroso, pelo trabalho desenvolvido em prol de África no âmbito do fornecimento de vacinas. Defendeu, no entanto, que o continente deve deixar de ser apenas um receptor e passar a participar activamente, através do acesso e domínio de tecnologia. “África representa dinamismo e a continuidade da raça humana, face à sua capacidade de geração de jovens”, sublinhou.
Mas será verdade que “60% da população africana tem menos de 25 anos”?
Os dados disponíveis confirmam que sim. Por exemplo, um relatório do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) indica que mais de 60% da população africana tem, de facto, menos de 25 anos. A Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) prevê ainda que a população jovem no continente deverá crescer para cerca de 138 milhões nos próximos 25 anos.
Contudo, embora os líderes africanos frequentemente destaquem este dado como uma vantagem competitiva e uma oportunidade para um crescimento económico sustentável, nem todos os analistas partilham dessa visão no curto prazo.
Num artigo citado pela Agência Lusa, o fundador do Instituto de Estudos de Segurança (ISS), Jakkie Cilliers, argumenta que esta elevada proporção de jovens só deverá traduzir-se numa vantagem efectiva por volta de 2050. Até lá, considera que este factor representa mais um desafio do que uma oportunidade, tendo em conta o elevado rácio de dependência no continente, que limita, actualmente, o crescimento económico.
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Avaliação do Polígrafo África: