“O VIII Congresso Extraordinário do MPLA, agendado para Dezembro, enfrenta o seu primeiro pedido de impugnação, apresentado por um militante, António Venâncio, por entender que os seus objectivos violam os estatutos do partido”, realça-se nesta publicação do Facebook que está a ser amplamente partilhada.
Alega-se que António Venâncio moveu o referido processo de impugnação junto da Comissão de Disciplina, Ética e Auditoria do Comité Central do MPLA.
Importa referir que o engenheiro António Venâncio entrou para história como o único militante do MPLA que, em 30 anos de democracia, tentou (embora sem sucesso) enfrentar em eleições internas o presidente em exercício. Aconteceu no decurso do VIII Congresso Ordinário de 2021, em que João Lourenço acabou reeleito com 98,04% dos votos, num processo em que concorreu a solo.
Mas será que António Venâncio requereu mesmo a impugnação do conclave do partido?
A resposta é sim. Confirmou o próprio ao Polígrafo África numa breve entrevista por chamada telefónica.
Questionado sobre a razão do pedido de impugnação, António Venâncio sublinhou haver várias razões, sendo uma delas o facto de alegadamente os militantes não terem sido suficientemente informados sobre os conteúdos que deverão ser debatidos na magna reunião do partido.
Venâncio explicou que na perspectiva organizacional de seu partido, os assuntos a serem discutidos em congressos extraordinários devem ser distribuídos em documentos aos militantes dois meses antes do conclave. Nesse âmbito lamenta que, faltando apenas um mês, os documentos detalhados sobre as teses a debater não tenham sido entregues para análise dos quadros.
Outra razão, indicou, resulta de estarem a circular informações de que o Congresso, embora de carácter extraordinário, deverá discutir a tese sobre a “independência e o futuro do MPLA”, assim como o “ajustamento [alteração] dos Estatutos”.
“Estes dois pontos estão impedidos de serem discutidos num congresso extraordinário por serem pontos estruturantes da organização. Portanto, teremos de esperar pelo IX Congresso Ordinário de 2026, para discutirmos estes pontos”, defendeu António Venâncio.
Na sua perspectiva, estatutariamente, face às situações constatadas, o recomendável seria adiar o referido conclave extraordinário, além de “mudar os conteúdos”.
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Avaliação do Polígrafo África: