“Depois de longo período de mediação a mando da União Africana, Angola só tem conseguido reunir os líderes intermédios dos governos e chefias de inteligência, mas nunca os presidentes do Ruanda e da RDC. Num único dia, o Qatar fê-los sentar e obteve um compromisso real”, destaca-se numa mensagem partilhada na rede social WhatsApp.
De referir que o Presidente de Angola, João Lourenço, enquanto mediador por confiança da União Africana (UA), tem conseguido alguns feitos que, ao longo dos anos, contribuíram para que não houvesse uma maior escalada de conflitos. Por exemplo, na última entrevista que concedeu à revista “Jeune Afrique”, poucas horas antes de assumir a presidência da UA, Lourenço lembrou um dos ganhos conseguidos ao nível do encontro ministerial de 14 de Dezembro de 2024, em que o Ruanda não só admitiu ter tropas na RDC, como também se comprometeu a retirar o seu Exército do país vizinho.
E, por sua vez, segundo fez saber Lourenço na referida entrevista, a RDC garantiu neutralizar as Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), um grupo rebelde tribal que ameaça o Governo de Paul Kagame.
Mas é verdadeira a alegação de que João Lourenço nunca reuniu Kagame e Tshisekedi à mesma mesa?
Não. Em 2022, quando se intensificou a divergência entre Kigali e Kinshasa, Lourenço realizou uma Cimeira Tripartida que – precisamente – reuniu Paul Kagame e Félix Tshisekedi em Julho daquele ano, na cidade de Luanda. Os respectivos Chefes de Estado acordaram um cessar-fogo na fronteira entre a RDC e o Ruanda. E decidiram igualmente a criação de um mecanismo de observação Ad Hoc, além do existente ao nível da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CORGL).
Anteriormente, em 2019, Lourenço já tinha reunido Yoweri Museveni do Uganda, Paul Kagame do Ruanda e Félix Tshisekedi da RDC, visando contrariar as investidas de grupos desestabilizadores na RDC, embora Kagame ainda não fosse suspeito de financiar o M23.
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