“Manifestamos profunda indignação e condenamos de forma veemente a crescente insegurança e os sequestros que têm ocorrido em pleno dia e em zonas nobres da cidade de Maputo, como evidenciado pelas imagens de mais um sequestro ocorrido recentemente”, lê-se neste post do Facebook, no qual o Governo de Moçambique é acusado de ter falhado com o seu dever de “garantir a segurança de seus cidadãos”.
Entre outros apelos, exorta-se o Governo para que adopte uma “postura firme e comprometida contra esta onda de sequestros, mostrando de forma inequívoca que em Moçambique não há espaço para o medo e a impunidade”.
Têm sido frequentes os sequestros em Moçambique?
Os dados apresentados pelo Presidente da República cessante, Filipe Nyusi, indicam que sim. De facto, têm ocorrido vários sequestros em Moçambique, sobretudo de empresários e respectivos familiares.
No seu último discurso sobre o Estado da Nação proferido em Agosto deste ano, Nyusi fez saber que o país registou, de Janeiro de 2022 até ao segundo semestre do presente ano, 22 crimes de rapto. Nesse âmbito lamentou o facto de ter terminado o segundo mandato presidencial sem conseguir “resolver” a situação.
“Convém aqui dizer: resolvemos os problemas de raptos? Não. Mas estamos a combater os raptos dentro das nossas capacidades”, sublinhou na altura.
No dia 29 de Outubro, como se pode ver neste vídeo, foi raptado um empresário português, em pleno dia. O rapto foi perpetrado por cinco homens, segundos depois de o empresário do sector da construção ter saído da sua viatura de marca Toyota Land Cruiser, na Avenida Armando Tivane, centro da capital Maputo, a escassos metros da Presidência da República moçambicana.
A propósito, o porta-voz da polícia da cidade de Maputo, Leonel Muchina, garantiu que, a par da polícia, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) também está empenhado na resolução do crime.
“Estes indivíduos teriam interceptado este cidadão quando desembarcava do seu automóvel e foi arrastado forçosamente até à viatura dos criminosos, que usaram de uma arma de fogo para dispersar qualquer intenção de socorro que era prestado a este cidadão”, detalhou.
Há quatro meses, um outro empresário português havia sido sequestrado, tendo um dos seus funcionários sido alvejado com dois tiros quando tentava salvar o patrão.
Também Daniel Chapo, declarado vencedor das eleições gerais de 9 de Outubro, pela Comissão Nacional de Eleições, reconheceu numa entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), a 29 de Outubro, que por causa da onda de raptos “há até moçambicanos [empresários] que deixaram de viver em Moçambique”.
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Avaliação do Polígrafo África: