Perante as manifestações que têm tomado conta de Moçambique, desde o anúncio dos resultados das eleições de 9 de Outubro, marcadas por confrontos entre a polícia e a população, alega-se nas redes sociais que o Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil (Cesc) terá expressado a sua preocupação com a segurança dos estudantes, face ao nível de violência registada diariamente. E como tal propôs ao Governo, através de uma nota, a suspensão temporária das aulas até que a ordem seja restabelecida.
A alegada proposta surge na sequência de episódios de violência nas ruas, sendo que os alunos e professores não têm sido poupados, no percurso entre as suas casas e a escola.
Confirma-se que o Cesc propôs a interrupção das aulas em Moçambique?
Sim. Aliás, vários órgãos de comunicação social moçambicanos já noticiaram o facto.
No documento a que o Polígrafo África teve acesso, o Cesc justifica a sugestão feita ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) com a “repressão policial” que, na sua perspectiva, “atingiu níveis de violência descontrolada nas principais cidades e vilas moçambicanas, com um registo de mais de 20 cidadãos mortos e outras dezenas de feridos”.
Entre outros factores indicados como fundamento, a entidade recordou alguns episódios ocorridos no dia 4 de Novembro, em que uma criança foi atingida mortalmente pela polícia no bairro Magoanine, cidade de Maputo, numa altura em que regressava da escola. Além de uma outra criança baleada no bairro Chamanculo.
“O MINEDH deve, igualmente, adiar as provas finais agendadas para a semana de 11 a 15 de Novembro de 2024 para permitir que os alunos tenham tempo para melhor se prepararem. Se durante a Covid-19, as crianças ficaram privadas de aulas para salvaguardar um bem maior que é a saúde, hoje não há razões para o sector da Educação precipitar decisões cujas consequências podem ser devastadoras para as famílias”, sublinhou.
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Avaliação do Polígrafo África: