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Ministério Público de Moçambique exige a Venâncio Mondlane indemnização de 32 milhões de meticais por danos públicos?

Política
O que está em causa?
Está a ser partilhada nas redes sociais uma suposta nota da Procuradoria-Geral da República (PGR) a indicar a abertura de um processo contra o candidato presidencial Venâncio Mondlane, além do presidente do partido Podemos, exigindo um pagamento indemnizatório de 32 milhões de meticais (cerca de 500 mil dólares) ao Estado moçambicano, por causa dos danos provocados nas infraestruturas públicas pelos manifestantes.

“Venâncio [Mondlane] e Podemos vão indemnizar em 32 milhões de meticais o Estado pelos danos causados”, lê-se nesta publicação do Facebook, com um documento em anexo cuja autoria é atribuída à Procuradoria-Geral da República de Moçambique.

Em reacção, alguns internautas consideram que tal exigência “não tem efeito jurídico”.

“Dessa vez é para chorar e sentir na pele o que é dor. A Frelimo encontrou a Frelimo dele, vamos até ao fim nesta batalha revolucionária. Que se preparem, ainda há mais surpresas”, escreve um internauta na caixa de comentários. Enquanto outros duvidam que o documento exposto seja autêntico e recusam-se a acreditar que a PGR tenha optado por esta estratégia.

Confirma-se que o Ministério Público de Moçambique exige a Venâncio Mondlane uma indemnização de 32 milhões de meticais pelos danos públicos causados nas recentes manifestações?

Sim. A PGR de Moçambique confirmou o facto ao Polígrafo África.

Num documento a que tivemos acesso, o Ministério Público (MP) da PGR acusa Venâncio Mondlane e o presidente do partido Podemos, Albino Forquilha, de terem, entre outras irregularidades, ignorado as advertências e intimações emitidas por aquele órgão. Pelo contrário, ambos prosseguiram com as “convocatórias e apelos à participação massiva dos cidadãos nos referidos movimentos de protestos, incitando-os à fúria e à paralisação de todas as actividades país“.

Em vista disso, a PGR, através do MP, diz não haver dúvidas sobre a responsabilidade de Venâncio Mondlane e Albino Forquilha nos prejuízos causados pelas manifestações, “na qualidade de instigadores, na medida em que os seus pronunciamentos foram determinantes para a verificação dos resultados ora em crise, mormente, danos sobre o património do Estado“.

Posto isto, o organismo do Estado responsável pela fiscalização da legalidade decidiu exigir uma indemnização pelos danos causados às infraestruturas públicas.

“Em suma, sobre os co-réus Venâncio Bila Mondlane e o partido Podemos é cobrada uma indemnização no valor de aproximadamente 32.377.276 meticais”, determina o MP em comunicado.

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Avaliação do Polígrafo África:

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