“Ajude, por favor, a partilhar essa informação: para o Censo seleccionaram alguns efectivos de vários órgãos do MININT [Ministério do Interior], tais como o SME [Serviço de Migração e Estrangeiros], o SP [Serviço Penitenciário], o SIC [Serviço de Investigação Criminal] e o SPCB [Serviço de Protecção Civil e Bombeiros]. Então, o pessoal está aí não como asseguramento, mas sim como agentes recenseadores”, alega-se numa publicação com muitas reacções e partilhas na rede social Facebook, referente ao envolvimento dos efectivos do MININT no Censo Geral da População e Habitação de 2024, a cargo do Instituto Nacional de Estatística (INE) que teve início no dia 19 de Setembro.
“Então, como vêm dizer que não temos direito a uma remuneração depois da conclusão do trabalho?”, questiona um dos intervenientes na discussão , tendo autor do texto assegurado que “há verbas para tal, tanto que ao questionarmos a direcção do INE, tivemos a confirmação da existência de valores, mas que a reclamação deve ser feita ao ministro do Interior [Eugénio Laborinho], porque foi ele quem orientou para não sermos remunerados. Até quando tanta ambição!”
Em reação à publicação, datada de 10 de Outubro, há um grande número de internautas que se posicionam a favor da atribuição de subsídios aos efectivos daquele órgão castrense. Em contraponto a outros que têm opinião contrária, dizendo ser uma tarefa dos agentes ligados aos vários serviços castrenses do Ministério do Interior, uma vez que para o efeito são remunerados via Orçamento Geral do Estado (OGE).
Mas afinal de contas, os polícias receberão ou não remuneração extra pelo asseguramento no Censo 2024?
Não. Em resposta ao Polígrafo África, o porta-voz do Ministério do Interior, Vasco da Gama, desmente o envolvimento de vários órgãos do MININT no asseguramento do Censo, informando que “a única instituição” a actuar no processo é a Polícia Nacional de Angola (PNA).
Sobre a participação da PNA no Censo Geral da População e Habitação de 2024, o porta-voz daquele órgão castrense, Mateus Rodrigues, explicou ao Polígrafo África ser dever dos efectivos assegurar o bem-estar dos cidadãos. Como tal, não implica qualquer remuneração extra.
“Os efectivos da polícia ao trabalharem para o asseguramento do Censo, não estão a realizar nenhuma actividade especial. É uma actividade normal e os serviços públicos da polícia não se pagam. Por isso, não haverá remuneração extra”, garante Mateus Rodrigues.
Para o asseguramento do Censo 2024, a PNA destacou 30 mil efectivos. Esta informação foi avançada pelo Comandante-Geral da PNA, Arnaldo Carlos, na cerimónia de lançamento do processo que deverá ser concluído até ao dia 19 de Outubro.
Assim sendo, aplicamos o selo “Falso” na publicação que viralizou nas redes sociais.
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Avaliação do Polígrafo África: