“Este militar é do grupo da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), durante os confrontos ele deixou cair os seus documentos. Estava fardado com o uniforme da UIR. O Governo trouxe estrangeiros para matar os seus próprios irmãos, para continuarem no poder”, denuncia-se nesta publicação do Facebook, datada de 15 de Dezembro.
Faz referência às manifestações do dia anterior em Maputo, capital de Moçambique, contra os resultados eleitorais. Na imagem exibida parece ver-se um cartão de identidade do militar que seria das Forças de Defesa do Ruanda.
A publicação suscitou muitas dúvidas e pedidos de verificação de factos.
Confirma-se que um militar ruandês foi apanhado na presente vaga de manifestações em Moçambique?
A imagem do cartão de identidade tem origem numa notícia de 2022 do jornal “Media Congo”, dando conta então da captura de dois soldados ruandeses.
Foram capturados durante um confronto militar em que apoiavam o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23).
“Dois soldados ruandeses das Forças de Defesa do Ruanda (RDF) foram capturados pelas Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) durante confrontos entre elas por vários dias contra os rebeldes do M23, no território de Rutshuru, na província do Norte-Kivu”, descreveu o referido jornal.
Na versão das RDF, as “FARDC atacaram” deliberadamente activos das RDF ao “longo da fronteira” entre os dois países, tendo capturado os dois militares. Para o Ruanda, tratou-se de um acto de invasão territorial e sequestro de militares por parte da RDC, tendo prometido acções concretas.
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