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Ex-Presidente Filipe Nyusi anunciou que “o terrorismo já acabou” em Cabo Delgado?

Política
O que está em causa?
Declaração terá sido proferida no seu último discurso na qualidade de Chefe de Estado, em referência às actividades terroristas que têm assolado a região de Cabo Delgado nos últimos anos. Verdadeiro ou falso?
© EPA / Luísa Nhantumbo

Em várias publicações nas redes sociais garante-se que Filipe Nyusi, ex-Presidente da República de Moçambique, terá dito que “o terrorismo já acabou“, em referência às actividades terroristas que têm assolado a região de Cabo Delgado nos últimos anos.

A suposta declaração de Nyusi está a gerar dúvidas e polémica nas redes sociais, motivando aliás pedidos de verificação de factos.

Os acções terroristas em Moçambique, mais precisamente em Cabo Delgado, tiveram início na madrugada de 5 de Outubro de 2017, numa altura em que a população comemorava os 25 anos da assinatura do Acordo Geral de Paz.

As Forças Armadas moçambicanas revelaram-se incapazes de pôr termo à investida de grupos terroristas, acabando depois por receber apoio militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), cujo maior contingente é o da República do Ruanda.

De 2017 para cá, as informações sobre o desenvolvimento da situação em Cabo Delgado têm sido oscilantes: tanto se noticia que os grupos terroristas estão a reduzir suas acções, como logo depois se noticia uma intensificação dos ataques.

Mas será que é verdade que no seu último discurso como Chefe de Estado, Filipe Nyusi garantiu que “o terrorismo já acabou” em Cabo Delgado?

No discurso em causa, na cerimónia de investidura de Daniel Chapo como novo Presidente da República, de facto, Nyusi assegurou que a situação em Cabo Delgado está controlada.

“Ainda esta manhã fiz a última reunião com as Forças de Defesa e Segurança, tivemos uma boa notícia, estão completamente desarticulados os terroristas, alguns a abandonar o país. E mais uma vez quero deixar a última palavra: entreguem-se. Os moçambicanos não têm ódio permanentemente. Aqueles que querem sair, entreguem-se, porque já nos fizeram conhecer que querem sair, mas estão com medo de represálias, não haverá, podem ir. Juntem-se às famílias, vamos vos receber”, afirmou Nyusi.

Neste âmbito, manifestou também a sua gratidão aos jovens militares moçambicanos, aos países membros da SADC e às Forças Armadas do Ruanda.

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Avaliação do Polígrafo África:

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