A recente vitória do Kabuscorp do Palanca frente ao São Salvador do Kongo, após desempate por penáltis, que garantiu à equipa do Palanca um lugar nas meias-finais da Taça de Angola 2024/2025, reacendeu discussões nos fóruns desportivos nacionais, sobretudo sobre as vagas de acesso às Afrotaças.
O cerne do debate reside no adversário que o Kabuscorp irá defrontar na final da Taça de Angola, marcada para o dia 31 de Maio, no Estádio 11 de Novembro, às 15h00. Trata-se do 1.º de Agosto, clube que, à partida, já tem presença praticamente assegurada nos play-offs de acesso às competições africanas, dada a sua actual posição no campeonato nacional: terceiro lugar, com uma vantagem confortável de sete pontos sobre o quarto classificado, o Sagrada Esperança da Lunda Norte.
A qualificação antecipada do clube militar para as Afrotaças abre, assim, uma possibilidade para que outra equipa possa defender as cores de Angola nas competições continentais. Numa publicação na rede social Facebook, onde se exaltam os feitos do treinador Beto Bianchi, afirma-se que o Kabuscorp completa o lote das quatro equipas angolanas que disputarão os play-offs das competições da Confederação Africana de Futebol (CAF).
Contudo, essa ideia foi alvo de contestação na caixa de comentários da referida publicação. Vários internautas refutaram a tese de que o Kabuscorp já está automaticamente qualificado por ter chegado à final da Taça.
“O Kabuscorp não está ainda classificado. Não funciona assim. A vaga da Taça de Angola é reservada ao campeão — exclusivamente ao campeão — e não é transferível. Se o Girabola tivesse quatro lugares, como em muitos países, iriam dois para a Liga dos Campeões e dois para a Taça Nelson Mandela [Taça CAF]. Mas abriu-se uma excepção para o campeão da Taça de Angola. Relembro: é exclusivo ao campeão”, pode ler-se num dos comentários.
Mas, afinal, uma equipa só representa Angola nas Afrotaças através da Taça de Angola se a vencer?
A resposta é não. O director de Competições da Federação Angolana de Futebol (FAF), José Neves, esclareceu que não é obrigatoriamente o vencedor da Taça de Angola que garante essa vaga.
“Se, por acaso, quem venceu a Taça de Angola já está entre os três primeiros classificados do campeonato — se é o primeiro, o segundo ou o terceiro —, então já tem o seu lugar garantido numa das competições continentais. Nesse caso, o finalista vencido ocupa a vaga atribuída à Taça”, explicou Neves.
Este cenário não é inédito. Na época passada, o Petro de Luanda conquistou tanto o Girabola como a Taça de Angola, ao vencer na final a equipa do Bravos do Maquis. Como o Petro já tinha garantido a presença nas Afrotaças via campeonato, coube ao conjunto do Moxico, enquanto finalista vencido, representar o país na competição continental.
___________________________________
Avaliação do Polígrafo África:
