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Foram expulsos 73 agentes da polícia moçambicana entre Janeiro de 2024 e Março de 2025?

Sociedade
O que está em causa?
Circula nas redes sociais a alegação de que 73 agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) foram expulsos da corporação entre Janeiro de 2024 e Março de 2025, na sequência de 514 processos disciplinares instaurados. Mas será verdade?

“Mais de 70 agentes da PRM expulsos em pouco mais de um ano”, lê-se numa publicação no Facebook datada de 9 de Abril.

Na caixa de comentários, vários internautas expressam dúvidas quanto à veracidade da informação e apelam à verificação dos factos.

“É mentira, esse retardado manipulou a informação”, escreveu um utilizador. “É mentira”, afirmou outro.

Confirma-se que 73 agentes da PRM foram expulsos desde Janeiro de 2024?

Sim. A informação foi confirmada pelo ministro do Interior, Paulo Chachine, durante o primeiro dia da sessão de esclarecimento aos deputados das quatro bancadas parlamentares na Assembleia da República.

“No período de Janeiro de 2024 a Março de 2025, foram instaurados 514 processos disciplinares, destacando-se os que culminaram com a expulsão de 73 membros, dos quais: 14 por extorsão, 13 por burla, 10 por roubo, três por ofensas corporais que resultaram em morte. Houve ainda 32 despromoções – oito por desvio de bens do Estado, quatro por burla, três por tráfico e associação criminosa, três por uso indevido de arma de fogo, dois por furto – e quatro perdas de posto, nomeadamente: uma por extorsão, uma por abuso, uma por abuso de cargo e uma por consumo de bebidas alcoólicas em serviço completo”, declarou o ministro.

Contudo, a bancada parlamentar da Renamo questionou o Governo sobre as medidas que pretende implementar para pôr fim à alegada violência policial contra civis.

Em resposta, Paulo Chachine explicou que “alguns cenários de violência policial apontados pela bancada da Renamo enquadram-se nas acções de controlo de massas em situações de grave perturbação da ordem pública e desacato às autoridades“.

“A actuação policial referida pela bancada da Renamo teve como objectivo assegurar o pleno gozo dos direitos e liberdades fundamentais consagrados na Constituição, que estavam a ser limitados por um grupo de pessoas que igualmente desafiava a força pública”, afirmou.

O ministro do Interior aproveitou ainda para apelar à sociedade moçambicana que respeite as autoridades policiais: “Gostaríamos de usar este pódio para apelar à sociedade no sentido de respeitar as autoridades estabelecidas, as quais são imprescindíveis para a regulação da vida em comunidade.”

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Avaliação do Polígrafo África:

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