“O número de escolas [em Angola] tem estado a aumentar. Muitas escolas têm estado a substituir as precárias”, assegurou Gabriel Boaventura, consultor do secretário de Estado para a Educação Pré-escolar do Ministério da Educação (MED) angolano, no programa “Debate Livre” da TV Zimbo, exibido na última terça-feira, 29 de Outubro.
Durante o programa, com enfoque no tema “Desvio e Contrabando de Livros”, Boaventura reconheceu ainda que a decisão de reabilitar determinadas instituições de ensino no decurso do ano lectivo de 2024/2025 “foi errada, mas que no futuro apresentarão benefícios aos estudantes”.
“Essa ideia de reparação das escolas pode não ter sido a mais acertada, mas seria bom que nós olhássemos para o lado [positivo] disso, porque tão logo as escolas forem postas novamente em funcionamento, teremos o retorno”, declarou o consultor.
No que toca à insuficiência de unidades escolares no país, Boaventura responsabilizou o aumento demográfico, afirmando que “a população estudantil cresce de maneira exponencial, porém, as infra-estruturas não têm crescido na mesma dimensão”.
Mas será verdade que o número de escolas em Angola tem aumentado?
Não. Os dados oficiais mostram o contrário. Por exemplo, na abertura do ano lectivo de 2023/2024, em Setembro do ano passado, em Malanje, a ex-ministra de Estado para o Área Social, Dalva Ringote, afirmou que estavam disponíveis 13 mil escolas no país.
Aliás, o número de escolas apresentado pela então ministra foi reforçado pelo Presidente da República, João Lourenço, no discurso sobre o “Estado da Nação” em 2023, por ocasião da abertura do ano Parlamentar.
“Para o ano letivo de 2023/2024, estão disponíveis mais mil novas escolas, tendo o sistema de ensino actualmente uma rede de cerca de 13 mil escolas para atender a uma população estudantil de cerca de 9 milhões de alunos nos níveis pré-escolar, primário e secundário”, declarou o Chefe de Estado angolano.
Já na abertura no lectivo de 2024/2025, na província do Uíge, a nova ministra de Estado para a Área Social, Maria do Rosário Bragança, disse terem sido disponibilizadas 12.500 escolas.
No mês passado, por exemplo, Lourenço confirmou esses dados no discurso sobre o “Estado da Nação” na Assembleia Nacional.
“Para além das 12.547 escolas existentes, acrescemos no presente ano lectivo 80 novas escolas, representando mais 729 salas de aulas”, realçou o Presidente da República.
Face ao exposto, aplicamos o selo de “Falso” à declaração de Boaventura quanto a um suposto aumento do número de escolas em Angola – que não se confirma.
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Avaliação do Polígrafo África:
