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Governo de São Tomé e Príncipe aprovou proposta de aumento da tarifa de electricidade?

Economia
O que está em causa?
"Mais uma medida que vem agravar ainda mais a crise já vivida pela população do país", alerta-se nas redes sociais. Verdadeiro ou falso?
© Agência Lusa / Nuno Veiga

“Bomba! Governo aprovou o aumento da tarifa de electricidade em São Tomé e Príncipe”, destaca-se numa publicação de 11 de Novembro no Facebook, sublinhando que se trata de “mais uma medida que vem agravar ainda mais a crise já vivida pela população do país”.

“Sem o aumento salarial, com inflação do país a dois dígitos, o Conselho de Ministros reunido na passada quarta-feira, dia 6 de Novembro de 2024, aprovou a actualização da tarifa de electricidade, de acordo com os resultados do estudo feito pela AGER (Autoridade Geral de Regulação), o que traduz num aumento significativo no valor das facturas de energia eléctrica no país”, realça-se na mesma publicação.

Esta informação tem fundamento?

Sim. No comunicado final da 66.ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, dirigida pelo Primeiro-Ministro e Chefe de Governo de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, está inscrita uma autorização para ajustes no preço da electricidade no arquipélago.

Entretanto, em resposta ao Polígrafo África, o director-geral da Empresa de Água e Electricidade (EMAE) de São Tomé e Príncipe, Raúl Cravid, garante que ainda não há autorização para mexidas no preço da electricidade no país. O que foi aprovado no Conselho de Ministros foi uma proposta da AGER que ainda será discutida, explica Cravid.

“Nós vamos, provavelmente, nos próximos tempos começar essa negociação e só entrará em vigor no próximo ano. Mas, até agora ainda não foi tomada nenhuma medida”, assegura.

Por outro lado, o responsável justifica a intenção pelo facto de a empresa já não alterar a tarifa de electricidade desde o ano de 2007.

“A EMAE não fez a correção das tarifas. Em contrapartida, o preço do combustível sempre subiu”, afirma Cravid, não indicando qual será a proporção do aumento previsto para o próximo ano.

Em Setembro deste ano, o Primeiro-Ministro Patrice Trovoada demitiu o director-geral e o director financeiro da EMAE. Segundo justificou na altura, para “tentar recuperá-la” e estabelecer uma nova dinâmica.

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Avaliação do Polígrafo África:

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