“O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, confirmou ser cúmplice dos crimes económicos e conexos praticados por alguns altos dignitários do país, ao afirmar que deixará de proteger os amigos corruptos”, lê-se numa publicação amplamente partilhada em diferentes grupos de WhatsApp.
A alegada declaração de Umaro Sissoco Embaló surge num momento em que uma comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) se encontra no país para mediar um entendimento entre os políticos guineenses, na sequência da divergência jurídica sobre a duração do mandato presidencial.
De acordo com a Constituição da Guiné-Bissau, o mandato do Presidente da República tem uma duração de cinco anos. Embaló foi empossado a 27 de Fevereiro de 2020, completando esta quinta-feira cinco anos no cargo. Contudo, a controvérsia prende-se com o facto de a sua posse ter ocorrido antes da validação oficial dos resultados pelo Supremo Tribunal de Justiça, o que só aconteceu em setembro do mesmo ano.
Para diversos políticos da oposição e para a Assembleia Nacional Popular, o mandato presidencial termina já a 27 de Fevereiro. No entanto, para Umaro Sissoco Embaló e o Supremo Tribunal de Justiça, o fim do mandato deve contar a partir da validação dos resultados, em Setembro de 2020. Esta divergência tem gerado grande tensão política, e o Presidente estará a ser pressionado, inclusive, por antigos aliados.
Mas afinal, é verdade que Sissoco Embaló afirmou que deixará de proteger os “amigos corruptos“?
Sim. Segundo a Digital Mídia Global TV, um meio de comunicação online local, o Presidente fez esta declaração na segunda-feira, dia 24 de Fevereiro, alertando ainda que políticos com dívidas fiscais não poderão concorrer às eleições, que espera ver realizadas em Novembro deste ano.
“Vou tirar os meus amigos que estavam no envelope que eu protegia por causa da nossa amizade. Agora terão de devolver os bens retirados dos cofres do Estado. Vão à justiça e, quem não pagar o que deve, não irá às eleições”, declarou o Chefe de Estado.
Sissoco Embaló acrescentou ainda que não será “refém de ninguém, mas sim um refém da Guiné-Bissau”, reafirmando a sua determinação no combate à corrupção.
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Avaliação do Polígrafo África: