“Começaria por dizer que, ao celebrarmos o dia 16 de Junho, que é o Dia da Criança Africana, estamos perante um facto de enorme relevância, porque a maior parte da população africana é composta por crianças e jovens. Ou seja, estamos a celebrar aquilo que é a maior fatia da população africana e angolana. Isto tem um significado muito grande”, declarou o representante do UNICEF no programa “Girassol Debate”, transmitido na segunda-feira, 16 de Junho.
Durante a sua intervenção, Lourenço sublinhou a necessidade de uma “reflexão profunda” sobre os actuais desafios enfrentados pelas crianças em África.
Por outro lado, o representante do UNICEF apelou ao cumprimento integral dos direitos definidos para as crianças, advertindo contra a sua aplicação parcial.
“Nenhum direito da criança é mais importante do que outro. E se forem respeitados todos os direitos, a criança deverá crescer de forma integral.”
Mas será verdade que África é o continente com mais crianças e jovens, os quais representam a maior parte da sua população?
Sim. Os dados disponíveis confirmam a informação apresentada por Heitor Lourenço. De acordo com a base de dados Statista, África é efectivamente o continente com a população mais jovem do planeta.
Em 2023, por exemplo, cerca de 40% da população africana tinha 15 anos ou menos, contrastando com uma média global de 25%.
Ao nível etário, países como o Níger (15,1 anos) e Uganda (16,1 anos) ocupam os dois primeiros lugares no ranking das nações com a idade média mais baixa do mundo — sendo também os países com as taxas brutas de natalidade mais elevadas do continente africano.
“Embora a idade média do continente tenha aumentado anualmente, ela mantém-se baixa, em torno dos 20 anos”, refere o estudo da Statista.
No mesmo registo, Angola, com uma média etária de 16,3 anos, fecha o pódio dos países mais jovens do globo.
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Avaliação do Polígrafo África: