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Imagem de activista guineense Feliciano Pinto ensanguentado é verdadeira e actual?

Política
O que está em causa?
Numa publicação com elevado número de partilhas, sob o título “Espancamento”, é apresentada a imagem do conhecido “Kanhota di Povo” com sangue no rosto e a informação de que tinha sido atacado em Lisboa na noite anterior. Verificação de factos.

“Espancamento. Feliciano Pinto, cidadão guineense que se identifica nas suas intervenções como simpatizante do PAIGC, foi vítima de uma agressão brutal por parte de pessoas por identificar, ontem à noite, em Lisboa, quando seguia num carro que ficou parcialmente destruído. Feliciano é conhecido pelas suas intervenções sobre a política guineense através das redes sociais, onde faz uma oposição declarada à atual regime no poder.”

A publicação foi realizada no Facebook no último domingo perto das 18 horas e a ilustrá-la está uma foto do activista guineense Feliciano Pinto, ligado ao PAIGC, a sangrar do nariz, no que parece ser uma fotografia tirada à noite.

A pesquisa às redes sociais de deste opositor ao poder vigente na Guiné-Bissau confirma a existência de agressões e os danos físicos daí decorrentes.

Logo nos primeiros minutos desse domingo, dia 29, Feliciano Pinto fez dois vídeos em directo (“live”) na sua página de Facebook – um de 14m57s e outro de 1m01s  – em que se filmava pouco tempo depois da tentativa de espancamento de que foi alvo, mostrando algumas das marcas que esta lhe deixou: nariz e parte de trás da cabeça abertos. Feliciano apontou também a câmera do seu telemóvel para o carro onde estava quando foi atacado, bastante danificado do lado do condutor. Através do vídeo, é possível confirmar que o activista está, de facto, na zona de Odivelas.

Ao Polígrafo África, aquele que também é conhecido como o “Kanhota di Povo” contou como tudo se passou. No sábado (28) à noite, Feliciano esteve a ver um jogo de futebol (FC Porto-Boavista) num café na região de Queluz/Massamá e depois encaminhou-se para Patameiras/Odivelas. Aí, parado no automóvel que conduzia, estava a conversar com uma pessoa que o acompanhava quando se aproximaram o que pensa terem sido 5 indivíduos encapuzados, que partiram o vidro do seu lado com bastões e começaram desde logo a agredi-lo, tentando ao mesmo tempo retirá-lo do interior da viatura.

Feliciano, segundo o próprio, conseguiu resistir, ligar o carro e fugir. A convicção deste activista é a de que já estaria a ser seguido desde Queluz/Massamá. “Isto era para me matar. Vinham com essa intenção. Era encomenda da Guiné, de quem está no poder lá. É uma prática habitual para eliminar quem lhe é incómodo. Encomendam o serviço a pessoas, pagam-lhes as férias em Portugal e nos últimos dias da estadia cá, eles fazem o trabalho e logo a seguir regressam à Guiné”, acusa o activista de 45 anos.

Na segunda-feira, quando o Polígrafo África lhe ligou (cerca das 17.15), Feliciano Pinto referiu que acabara de sair da esquadra da PSP de Odivelas para apresentar queixa, o que naquele dia não tinha sido possível devido ao elevado número de pessoas a participar ocorrências. O membro do PAIGC não prescindirá, no entanto, de formalizar a participação do ocorrido num nos poucos dias em que ainda permanecerá em Portugal (vive no Luxemburgo e veio a Lisboa para passar as festividades). Para tal, conta com o relatório do Hospital Beatriz Ângelo, onde foi assistido. Entre outras lesões, Feliciano relata ter sido suturado na cabeça (com três pontos).

Assim, é verdadeira a informação de que o activista Feliciano Pinto foi agredido na região de Lisboa no sábado à noite, assim como a imagem publicada corresponde à realidade, tendo sido captada pelo próprio poucos minutos após o ataque de que foi alvo.

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Avaliação do Polígrafo África:

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