A decisão dos serviços de emigração de negar a entrada a Abimbola Ogumdairo, mestre em Desenvolvimento Internacional, escritora e activista; Jesutomi Aina, engenheiro de software sénior; David James Udoh, designer de marcas e director de arte; Oghenero Adaware, engenheiro de software; e Lily Dada, especialista em marketing digital e empreendedora — alguns dos quais já haviam visitado Cabo Verde anteriormente — desencadeou uma onda de indignação nas redes sociais no país.
Para diversos utilizadores, a actuação das autoridades configura um acto de discriminação racial e coloca em causa a livre circulação de pessoas e bens no espaço da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da qual tanto a Nigéria como Cabo Verde são membros.
Apesar de não ter feito críticas directas à decisão, o Presidente da República, José Maria Neves, recorreu à sua página na rede social Facebook para deixar um recado às autoridades. Sublinhou que, tendo em conta os objectivos estratégicos do país — nomeadamente a sua ambição de se tornar um centro internacional de prestação de serviços e a sua inserção competitiva na CEDEAO —, é essencial “cuidar melhor da circulação de pessoas”, evitando “desgastes desnecessários e prejuízos no relacionamento com os outros membros da comunidade regional”.
“Somos, queremos ser, um país de encontro e ponte entre continentes e culturas. Os serviços fronteiriços devem estar à altura dos propósitos estratégicos do país”, escreveu o Chefe de Estado.
Vários cidadãos partilham da posição do Presidente, apelando a uma mudança de postura por parte das autoridades competentes.
Em resposta à controvérsia, a Direcção de Estrangeiros e Fronteiras (DEF) emitiu um comunicado no qual assegura ter cumprido todos os trâmites legais e rejeita de forma categórica as acusações de racismo institucional. Reafirma ainda a garantia de que Cabo Verde é um país “plural e acolhedor”.