“Bem-haja, ainda haver países no mundo que respeitam a presunção de inocência e os Direitos Humanos e não executam detenções aleatórias, por ordens e interesses ‘superiores'”, lê-se no comunicado partilhado pela assessoria de imprensa de Isabel dos Santos, na sequência das declarações do Procurador-Geral da República de Angola, Hélder Pitta Groz, à imprensa portuguesa, lembrando que há mais de um ano foi submetido às autoridades do Dubai o pedido de detenção da então mulher mais rica de África.
No comunicado, Isabel dos Santos deu nota que “Angola está nos últimos lugares dos rankings internacionais de Direitos Humanos, por violações sistemáticas e abuso dos direitos dos seus cidadãos”.
Ainda segundo a empresária, no “relatório do Departamento de Estado dos EUA, Angola não respeita os Direitos Humanos e pratica ‘detenções sumárias‘ e ‘prisões arbitrárias e excessivas‘. Angola encontra-se hoje, no conjunto de países no mundo, com o pior desempenho no que diz respeito a Direitos Humanos, desde detenções sem julgamento de activistas, detenções de opositores políticos e falta de liberdade de expressão”.
Mas será que se confirma que Angola está nos últimos lugares dos rankings internacionais de Direitos Humanos?
De acordo com o relatório divulgado no dia 23 de Outubro de 2024 pela organização World Justice Project (WJP), ao nível mundial, Angola ocupa o 115.º lugar entre 142 países, no ranking internacional sobre o Estado de Direito. “Neste ano, a pontuação global do Estado de Direito na Angola teve um aumento de menos de 1% no Índice”, atesta a organização.
Regionalmente, Angola ocupa o 21.º lugar entre 34 países na África Subsaariana. O melhor desempenho da região é o de Ruanda, classificado no 40.º lugar entre 142 países em todo o mundo, seguido pela Namíbia e das Ilhas Maurícias. Os três países com as pontuações mais baixas na região são os Camarões, o Sudão e a República Democrática do Congo (136.º ao nível mundial).
Deste modo, aplicamos o selo “Verdadeiro” – confirma-se que Angola está nos últimos lugares dos rankings internacionais de Direitos Humanos.
A até então considerada a mulher mais rica de África, Isabel dos Santos, que vive fora de Angola há vários anos, foi acusada de 12 crimes num processo que envolve a sua gestão à frente da maior empresa angolana, petrolífera estatal Sonangol entre 2016 e 2017.
O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou em 2020 mais de 715 mil ficheiros, sob a denominação de “Luanda Leaks”, que pormenorizam alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, entretanto falecido, que lhes terão permitido retirar dinheiro do erário angolano através de paraísos fiscais.
_________________________________
Avaliação do Polígrafo África: