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Marcando “um importante ponto de viragem nas relações” entre os dois países, Joe Biden despede-se hoje dos angolanos

Política
O que está em causa?
Foi assim que João Lourenço classificou a visita histórica do Presidente dos EUA a Angola que termina hoje. Por seu lado, Joe Biden sublinhou a importância do fortalecimento da democracia e reiterou o compromisso de uma parceria reciprocamente vantajosa.
© EPA

O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, despede-se hoje dos angolanos, numa altura em que faltam menos de 60 dias para deixar a Casa Branca. Será sucedido pelo republicano Donald Trump que venceu as eleições de 4 de Novembro.

De acordo com o roteiro a que o Polígrafo África teve acesso, Joe Biden deixa os angolanos a partir da província de Benguela, de onde cumprirá antes uma agenda preenchida, como a participação de uma visita guiada ao Terminal do Porto do Lobito; da qual se seguirá uma visita à Fábrica de Processamento de Alimentos Carrinho; bem como a participação da cúpula do Corredor Transafricano do Lobito.

De Benguela, Joe Biden deverá rumar para a Ilha do Sal, em Cabo Verde, onde tem em agenda um encontro com o Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, e de seguida parte para o seu país.

Durante a sua estadia histórica de três dias a Angola, o estadista norte-americano e o seu homólogo João Lourenço discutiram sobre vários temas, desde a paz, segurança, prosperidade mútua, os investimentos norte-americanos já feitos em Angola e os que ainda estão por vir.

Ao dirigir-se ao seu homólogo, no Palácio da Cidade Alta, em Luanda, João Lourenço, que agradeceu a Biden pela visita, recordou que Angola e os EUA mantêm relações político-diplomáticas desde 19 de Maio de 1993, depois de um passado de antagonismo recíproco registado no período da Guerra Fria, tendo sublinhado que a vinda do democrata “marca um importante ponto de viragem nas relações” entre os dois países.

O Presidente angolano destacou o combate contra a corrupção e a impunidade, que tem vindo a implementar, e manifestou o desejo do Governo angolano de continuar a trabalhar lado a lado com a Casa Branca na atracção do investimento directo norte-americano para Angola, bem como na abertura de oportunidades de comércio e de negócios de investidores angolanos no mercado americano.

“Gostaríamos de ver incrementada a cooperação no sector da Defesa e Segurança, no acesso às escolas e academias militares, no treino militar em Angola, realizar mais exercícios militares conjuntos, cooperar mais nos programas de segurança marítima para a protecção do Golfo da Guiné e do Atlântico Sul, assim como no programa de reequipamento e modernização das Forças Armadas Angolanas (FAA)”, apelou João Lourenço.

De referir que não foi a primeira vez que o Chefe de Estado angolano manifestou o desejo de o país reequipar as Forças Armadas Angolanas  (FAA) com o equipamento militar ocidental, tendo-o feito pela primeira vez em Dezembro de 2022, numa entrevista à Voz da América, em que sublinhou que era hora de fazer uma transição no uso de meios bélicos, de soviéticos para material da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

“Nós entendemos que chegou o momento de darmos o salto para rearmarmos as nossas Forças Armadas também com equipamento da NATO e olhamos para os próprios Estados Unidos como o parceiro ideal para nos ajudar a fazer essa transição”, dissera João Lourenço.

E para diferentes observadores, este e outros passos, sinalizam claramente que o país caminha para uma maior aproximação aos EUA em detrimento da Rússia, sua velha aliada.

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