“Fontes americanas indicam que a CIA, em colaboração com outros serviços de inteligência, já estava a monitorar a situação política em Angola. As análises apontavam preocupações significativas em relação à impopularidade de Lourenço. Relatórios sugerem que, ao se afastar do povo e dos seus aliados como a Rússia e a China, João Lourenço procurou apoio no Ocidente, especialmente nos Estados Unidos, na esperança de usar a visita de Biden como um meio de legitimar a sua Administração e intimidar opositores, tanto dentro como fora do MPLA”, alega-se nesta publicação no Facebook.
“E fontes próximas à Administração indicam que a última viagem oficial de Biden ocorrerá na Alemanha, um claro sinal de que a sua agenda se está a direccionar para questões mais urgentes e locais, deixando a situação de Lourenço entregue aos desafios internos”, acrescenta-se.
O texto é ainda complementado por uma imagem manipulada de Biden e Lourenço com a seguinte mensagem em destaque: “Biden não vem a Angola porque a CIA alertou sobre o aproveitamento político de João Lourenço.”
Esta história tem algum fundamento?
Numa nota da Secretaria de Imprensa do Presidente da República, João Lourenço, datada de 10 de Outubro, informa-se que o Chefe de Estado angolano falara ao telefone com o seu homólogo Joe Biden. A conversa “versou sobre as relações bilaterais”, bem como o adiamento da visita de Biden que estava agendado para os dias 13 a 15 deste mês.
E ao pôr do Sol em Luanda dessa quarta-feira, dia 16, na página oficial da Presidência da República na rede social Facebook surgiu a indicação de que o Presidente dos EUA visitará Angola na “primeira semana de Dezembro, reprogramando, assim, a viagem adiada há algumas semanas por força da passagem pelo território norte-americano do furacão Milton”.
Essa reprogramação da visita para Dezembro de 2024 também é confirmada na página da Casa Branca.
“Na primeira semana de Dezembro, o Presidente Biden (…) viajará separadamente para Luanda, Angola, onde celebrará a transformação da relação EUA-Angola, reconhecerá o papel de Angola como parceiro estratégico e líder regional e discutirá o aumento da colaboração em segurança, saúde e parcerias económicas – incluindo a Parceria do G7 para Infraestrutura Global e Apoio ao Investimento para o Corredor do Lobito – que atendem a ambos os povos”, lê-se na nota da Casa Branca.
Em face do exposto, conclui-se que é falsa a alegação de que o Presidente dos EUA teria cancelado definitivamente a visita a Angola, por suposta recomendação da CIA.
____________________________________
Avaliação do Polígrafo África: