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Confirma-se que a “EPAL alerta que Luanda poderá ficar sem fornecimento de água”?

Sociedade
O que está em causa?
De acordo com várias publicações nas redes sociais, o director de Produção Norte da EPAL, Adão Joaquim, terá avisado que "se as chuvas se intensificarem, nos próximos dias, a capital poderá registar um corte no abastecimento da água, devido à coloração e qualidade para garantir o consumo". A partir do que se concluir que "Luanda poderá ficar sem fornecimento de água". Tem fundamento?

“EPAL [Empresa Pública de Águas de Luanda] alerta: Luanda poderá ficar sem fornecimento de água. A EPAL poderá registar uma paralisação no abastecimento de água, nos próximos dias, devido às chuvas que afectam os centros de tratamento”, salienta-se numa publicação de 24 de Novembro no Facebook, detalhando que “a informação foi avançada este domingo pelo director de Produção Norte da EPAL, Adão Joaquim, à TV Zimbo”.

De acordo com a mesma publicação, Adão Joaquim terá dito que “se as chuvas se intensificarem, nos próximos dias, a capital poderá registar um corte no abastecimento da água, devido à coloração e qualidade para garantir o consumo”.

Entretanto, noutro post do Facebook – que difunde a mesma informação – aconselha-se os cidadãos a “aproveitar a água das chuvas quando estiver a cair”, porque a “situação só vai piorar“.

Confirma-se que a “EPAL alerta que Luanda poderá ficar sem fornecimento de água”?

Não. Em resposta ao Polígrafo África, o porta-voz e director do Gabinete de Comunicação, Marketing e Relações Institucionais da EPAL, Vladimir Bernardo, assegura que não está previsto um corte no abastecimento de água em Luanda. E sublinha que as pessoas terão entendido mal a explicação do director de Produção Norte da EPAL.

“A informação que diz que Luanda deverá ficar sem o fornecimento de água não corresponde à verdade. Registam-se restrições no abastecimento de água em algumas zonas, no município do Icolo e Bengo (…), devido às fortes chuvas a montante nas captações da EPAL localizadas ao longo do rio Kwanza. Sendo que, com este fenómeno, a água tem chegado com elevado teor de turvação e cor, alterando de forma significativa as características da água bruta”, explica o porta-voz da EPAL.

Reconhece porém que há uma redução no volume de água produzida naquela circunscrição e arredores, pelo facto de as estações de tratamento de água do Bom Jesus e do Calumbo estarem a trabalhar abaixo das suas capacidades.

Acrescenta que face à presente situação de pressão sobre as estações, o processo de tratamento de água passou a ser “mais lento e cuidadoso”, visando “assegurar a saída da água das estações dentro dos padrões de qualidade”.

“Portanto, poderá haver restrições em algumas zonas da província de Luanda, mas não a paralisação dos serviços como está a ser partilhado nas redes sociais. Esta situação está a ocorrer em apenas duas das 15 estações de tratamento de água da EPAL”, conclui.

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Avaliação do Polígrafo:

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