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Maioria de cabo-verdianos defende intervenção militar em caso de abuso de poder por parte de autoridades civis

Sociedade
O que está em causa?
A conclusão consta de um inquérito realizado pelo Afrobarometer, entre 27 e 10 de Setembro de 2024 - nas ilhas de Santo Antão, São Vicente, Santiago e Fogo -, mas que só agora foi tornado público.
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“Mais de metade (54%) dos cabo-verdianos consideram ser legítimo o controlo do Governo por parte dos militares em caso de abuso de poder por parte dos líderes eleitos”. A conclusão consta de um inquérito realizado pelo Afrobarometer, entre 27 e 10 de Setembro de 2024 – nas ilhas de Santo Antão, São Vicente, Santiago e Fogo -, mas que só agora foi tornado público.

Além de se manifestar a favor de uma intervenção militar, 33% dessa maioria defende que os militares devem governar planeando uma transição gradual sem determinar um prazo limite – referindo ainda que, em caso de necessidade, as Forças Armadas podem governar até que o país esteja preparado.

Por outro lado, 31% consideram que os “militares devem devolver o poder às autoridades civis o mais rápido possível“.

Enquanto mais de metade dos inquiridos pela Afrobarometer defende uma intervenção militar no caso de os líderes políticos “eleitos abusarem do poder para os seus próprios fins”, 36% expressa a opinião de que “as Forças Armadas cabo-verdianas nunca devem intervir no processo político do país”.

Denominado como “Opiniões sobre a qualidade da democracia em Cabo Verde”, o estudo conclui também que 65% dos cabo-verdianos considera que o país está a caminhar na direcção errada. E 75% manifesta insatisfação, apesar de acreditar que a democracia é o sistema político que melhor serve o país.

Entre outros indicadores, o estudo destaca que dois terços da população cabo-verdiana não tem rendimento em dinheiro, 48% debate-se com falta de água em casa, 46% não tem combustível para cozinhar, 36% não tem acesso a cuidados médicos e 31% enfrentam períodos sem alimentação.

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