Após a comunicação da morte às autoridades, a Polícia Judiciária (PJ) decidiu arquivar o caso, alegando não existirem “indícios de crime”.
A decisão gerou uma onda de indignação que rapidamente extravasou as fronteiras portuguesas. De Portugal aos países de língua portuguesa, multiplicaram-se apelos por justiça, provenientes de cidadãos dos mais diversos sectores — políticos, académicos, membros da sociedade civil, entre outros.
Em declarações ao canal TVI, a avó da jovem refutou categoricamente a hipótese de suicídio, versão que, segundo a família, as autoridades tentam sustentar.
“É impossível que ela tenha tirado a própria vida. Alguém entrou ali e assassinou a minha neta”, afirmou, visivelmente emocionada.
Os familiares acusam um vizinho de ser o autor do crime. Relatam que o suspeito já teria insultado a família, proferido “ameaças de morte” e, inclusivamente, partido um vidro do restaurante da mãe da vítima.
PGR abre inquérito. Manifestação marcada e petição pública em marcha
Contrariando o entendimento da Polícia Judiciária, o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Aveiro, sob tutela da Procuradoria-Geral da República (PGR), abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da morte da jovem, que foi encontrada com uma corda amarrada ao pescoço.
Em solidariedade para com a família, foi convocada uma manifestação sob o lema “Justiça para Maria Luemba”, marcada para o próximo dia 29 de Junho, às 15 horas, com início no Rossio e término na Praça do Comércio, em Lisboa.
“Exigimos às autoridades competentes a reabertura imediata do processo, uma investigação célere, independente e transparente, e a divulgação de informações claras e públicas sobre o caso”, lê-se nas redes sociais, onde a mobilização cresce diariamente.
Sob o mote “Justiça por Maria Luemba — Chega de Silêncio, Chega de Impunidade”, a família lançou uma petição pública que, até à passada sexta-feira, já contabilizava mais de sete mil assinaturas.