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Ministro do Planeamento de Angola afirma que “mais de 600 milhões de africanos não têm acesso à electricidade”. Confirma-se?

Política
O que está em causa?
Ao intervir esta terça-feira (22 de Outubro) na reunião da Bancada Africana 2024, que contou com a presença do presidente do Grupo do Banco Mundial (GBM), no quadro das reuniões de Bretton Woods, o ministro angolano Victor Hugo Guilherme sublinhou que "mais de 600 milhões de africanos não têm acesso à electricidade e 900 milhões vivem sem energia limpa". Estes números têm fundamento?

Enquanto advogava para que o Banco Mundial desenvolva um Plano de Acção Integrado de Energia Eléctrica para África, num período de cinco anos (2025-2029), com vista a reduzir o défice energético que o continente enfrenta, o ministro do Planeamento de Angola indicou ontem (22 de Outubro) que, para além dos mais de 600 milhões de africanos que não têm acesso à energia eléctrica, um total de 900 milhões vive sem energia limpa no continente.

“É particularmente urgente que se desenvolva esse plano, porque os dados actuais indicam que mais de 600 milhões de africanos não têm acesso à electricidade e 900 milhões vivem sem energia limpa”, afirmou Victor Hugo Guilherme, no âmbito de uma reunião da Bancada Africana 2024, em Washington DC.

O chefe da missão angolana nos Estados Unidos de América (EUA) apontou, por outro lado, para a necessidade de se criar um “cabaz energéticoequilibrado, que inclua energias renováveis como a solar, eólica e a hidroeléctrica, bem como o gás natural e a energia nuclear.

Confirma-se que quase metade da população de África não tem acesso à electricidade?

Dados de um estudo apresentado em 2022 pela Fundação África Europa e pela Fundação Mo Ibrahim, cujo conteúdo foi divulgado em vários meios de comunicação social, confirmam que cerca de 600 milhões de africanos vivem sem acesso à electricidade.

Segundo o documento, o número de pessoas sem electricidade em África é 1,3% superior à população total da União Europeia, que tem cobertura total de energia eléctrica.

Os autores do relatório salientam ainda que apenas quatro países africanos têm uma cobertura total de energia, nomeadamente o Egipto, as Maurícias, as Seicheles e a Tunísia. Ao passo que no Sudão do Sul, por exemplo, apenas 6,7% da população tem electricidade.

Desde modo, classificamos como verdadeira a afirmação do ministro do Planeamento, proferida ontem durante as reuniões das organizações de Bretton Woods.

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Avaliação do Polígrafo África:

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