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Moçambique. Bombeiros chegaram sem água para combater incêndio que destruiu o mercado da Malanga?

Sociedade
O que está em causa?
Um incêndio de grandes proporções deflagrou na noite desta terça-feira, 25 de Março, no Mercado Municipal da Malanga, na cidade de Maputo, devastando dezenas de bancas e estabelecimentos comerciais. Entretanto nas redes sociais diz-se que o Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP) chegou ao local sem água para conter as chamas. Verdade ou mentira?

“Incêndio na Malanga. Há relatos de que os bombeiros, neste momento, estão sem água para conter o fogo”, destaca-se numa publicação no Facebook, datada de 26 de Março, que motivou pedidos de verificação de factos.

Na caixa de comentários, vários intervenientes garantem que o Corpo de Salvação Pública, sempre que se dirige a locais de incêndio, não tem água.

“Esses nunca têm água. Podiam muito bem ter evitado isso, mas tiveram a coragem de ficar parados, sabendo que o ganha-pão de alguns moçambicanos estava a ir embora”, escreveu um internauta. Outro comentou: “Esses sempre dizem isso! E por que vieram até aqui sabendo que não tinham água?”

Mas será verdade que o Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP) chegou ao local sem água?

A resposta é não. Em declarações ao Polígrafo África, o porta-voz do SENSAP, Leonildo Pelembe, desmentiu a informação.

“Não é verdade que nos dirigimos ao local sem água. Os carros saem sempre para combater o incêndio com o tanque cheio. Mas, devido ao tipo de incêndio, que envolvia material altamente inflamável, os bombeiros tiveram de voltar ao quartel para reabastecer os tanques. Nesse momento, as pessoas podem ter pensado que não tínhamos água”, explicou.

Pelembe indicou ainda as possíveis causas do incêndio, que deixou uma pessoa ferida e causou avultados danos materiais.

“O proprietário assume que havia algum tipo de electrodoméstico a funcionar durante a noite, nomeadamente congeladores. Isso leva-nos a presumir que pode ter havido sobreaquecimento ou um curto-circuito, o que poderá ter estado na origem do incêndio. A isso somam-se as botijas de gás num espaço fechado, sem ventilação e sob aquecimento, uma vez que as botijas explodem nessas condições”, afirmou Pelembe.

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Avaliação do Polígrafo África:

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