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Moçambique. Homem assassinado na Matola com mais de 50 tiros era agente da Unidade de Intervenção Rápida?

Sociedade
O que está em causa?
Circula nas redes sociais a alegação de que um homem que foi morto com mais de 50 tiros, na noite de 11 de Junho, por indivíduos não identificados a bordo de uma viatura, no bairro Nkobe, município da Matola, província de Maputo, seria membro da Polícia da República de Moçambique (PRM), afecto à Unidade de Intervenção Rápida (UIR). É verdade?

“Agente da UIR, de nome Carlitos Zandamela, mais conhecido por Carlitos, superintendente principal da polícia e chefe de reconhecimento da UIR-Sede, foi assassinado com vários tiros esta noite, no bairro Nkobe, na Matola”, lê-se numa publicação feita a 11 de Junho na plataforma Facebook.

Na caixa de comentários da mesma publicação, vários utilizadores sugerem que o homicídio terá sido uma “queima de arquivo“.

“Só mataram um?! É muito pouco, “, escreveu um internauta, em tom sarcástico.

Mas, afinal, é verdade que o cidadão abatido no bairro Nkobe era um agente da polícia?

Sim, é verdade. Embora até à tarde de quinta-feira, 12 de Junho, o Comando Provincial da PRM em Maputo garantisse ainda não ter identificado o cidadão assassinado na véspera, já no domingo, 15 de Junho, o Comando-Geral da PRM veio a público, através de um comunicado de imprensa a que o Polígrafo África teve acesso, confirmar que a vítima era, de facto, um agente da polícia.

No comunicado, a PRM expressa desagrado pelas críticas recebidas por não ter reconhecido prontamente a identidade do agente abatido:

“Repudiamos publicações feitas por alguns órgãos de comunicação social relativamente ao homicídio ocorrido no dia 11 de Junho, no bairro Nkobe, província de Maputo, cuja vítima foi um membro desta corporação, que em vida respondia pelo nome de Carlos Rafael Zandamela, superintendente principal da polícia, afecto à Unidade de Intervenção Rápida-Sede, onde exercia funções de chefe da repartição do reconhecimento.”

A vítima foi encontrada deitada no chão, junto a uma viatura branca da marca Mahindra, com matrícula ALR-067-MC, tendo sido populares a alertar de imediato as autoridades policiais.

Várias testemunhas afirmam que o agente esteve alegadamente envolvido em mortes e ferimentos a tiro ocorridos durante as manifestações pós-eleitorais registadas em Maputo, capital do país.

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Avaliação do Polígrafo África: 

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