Numa das publicações em causa no Facebook, datada de 21 de Abril, destaca-se: “Também está na lista do sucessor do Papa Francisco, já que não está entre nós? E o nome do Dom Carlos pode escapar em estar na lista do próximo sucessor do Vaticano.”
Nos comentários, vários utilizadores congratulam-se com a suposta “candidatura” do bispo moçambicano. “Parabéns, Moçambique terá um Papa”, escreveu um dos intervenientes. Noutra publicação, também datada de 21 de Abril, apela-se ao apoio da suposta nomeação: “Vamos apoiar Dom Carlos Matsinhe como candidato a próximo Papa mundial.”
Mas será mesmo possível que Dom Carlos Matsinhe, bispo emérito da Igreja Anglicana de Moçambique e Angola, e actual presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), esteja entre os candidatos à sucessão do Papa Francisco?
A resposta é não. Em declarações ao Polígrafo África, o reverendo João Damião Elias, secretário-geral do Conselho Cristão de Moçambique, foi peremptório ao classificar a informação como falsa.
“Essa informação é falsa, porque Dom Carlos Matsinhe é anglicano e não católico. Apenas cardeais católicos podem ser eleitos para o cargo de Papa”, explicou.
A Constituição Apostólica da Igreja Católica estabelece que só os cardeais com menos de 80 anos na véspera da morte ou renúncia do Papa podem participar no conclave, o processo de eleição do novo pontífice. Esses cardeais são designados pelo Papa em funções e pertencem exclusivamente à hierarquia católica romana. Um bispo anglicano, independentemente da sua reputação ou obra pastoral, não é elegível.
Actualmente existem 252 cardeais, dos quais 137 têm idade inferior a 80 anos e, portanto, estão aptos a votar no conclave. A eleição do novo Papa deverá ocorrer até 21 de Maio. Durante esse processo, os cardeais permanecem isolados do mundo exterior, sem qualquer contacto com o público ou meios de comunicação, de modo a evitar influências externas.
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Avaliação do Polígrafo África: