“O dono do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), Albino Forquilha, disse que recebe financiamento do partido Frelimo”, destaca-se neste vídeo que está a ser partilhado viralmente em Moçambique, no contexto do processo em curso de apuramento dos votos nas eleições gerais realizadas a 9 de Outubro.
O Podemos apoia a candidatura de Venâncio Mondlane à Presidência da República de Moçambique, ao passo que a Frelimo é o partido actualmente no poder – aliás, governa Moçambique desde a independência em 1975.
A suposta revelação do vídeo – que mostra uma aparente entrevista de Albino Forquilha, na qual terá proferido tais declarações – está a ser utilizada nas redes sociais para acusar o Podemos de ser uma criação da Frelimo, com o objectivo de enfraquecer o maior partido da oposição, a Renamo.
“Nós sabemos que o Podemos faz parte da Frelimo. Isso foi uma manobra política para tirar a oposição do país e acabar com a oposição. O Venâncio foi usado com a popularidade dele para convencer o povo a lhe seguir para depois vir aqui dizer que vai manifestar, mas tudo para tapar o Sol com a peneira. O Venâncio é um instrumento para acabar com a oposição”, comenta-se numa das publicações do vídeo em causa.
É verdade que o líder do Podemos assumiu em entrevista que o seu partido é financiado pela Frelimo?
Não. O vídeo exibe apenas um momento isolado da entrevista, quando Albino Forquilha comete um lapso linguístico ao referir-se ao seu partido como sendo a Frelimo.
Analisando a versão integral da entrevista torna-se evidente que, naquela frase, Albino Forquilha queria referir-se a membros do Podemos que financiam o seu próprio partido, não da Frelimo.
“São os membros que criam condições para o partido. (…) E temos uma base muito forte clandestina dentro da Frelimo. Quando temos um país, um Estado autoritário que não permite liberdades das pessoas, então as pessoas vão fazendo subtilmente. Eles entendem que, onde estão, não têm liberdade (…). Eu tenho tido muitos cafés, muitos almoços fora daqui”, afirmou o presidente do Podemos.
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Avaliação do Polígrafo África: