“Que ditadura é essa de obrigar as pessoas a comprarem crachás, porque se não o fizerem terão seus carros partidos e sua segurança em causa?” Assim se questiona num post de 4 de Dezembro no Facebook que está a gerar polémica e pedidos de verificação de factos.
O autor da publicação acrescenta: “Revoluções realísticas, os autores nunca impuseram as suas ordens nem semearam medo no povo. Vocês estão a obrigar as pessoas a fazer o que elas não querem. Vender crachás mesmo? Reflictam um pouco, vocês estão a cometer os mesmos erros daqueles que vocês dizem estarem a fazer-vos sofrer nos últimos 50 anos.”
“Ninguém irá comprar crachás, nós estaremos lá para exigir nossos direitos“, comenta um dos intervenientes na discussão.
“Olha que os nazistas e todo o grupo do Hitler fizeram exactamente isso que o grupo de Venâncio Mondlane está a fazer“, escreve outro interveniente, ao passo que outro diz ser melhor manter a “ditadura dos 50 anos”.
Noutra publicação no Facebook exibe-se mesmo o interior de um centro de produção dos referidos crachás.
Esta história tem fundamento?
Não. Em comunicado de imprensa a que o Polígrafo África teve e acesso, o partido Podemos distancia-se quer da ordem de fabrico, quer da comercialização dos crachás. E apela a que ninguém compre ou faça uso dos mesmos.
“No âmbito das eleições multipartidárias, sétimas presidenciais e legislativas e quartas das Assembleias Provinciais, realizadas em Moçambique e na diáspora, que tiveram lugar em 9 de Outubro de 2024, onde o o candidato presidencial Venâncio António Bila Mondlane e o partido Podemos foram concorrentes, realizam-se em todo o país manifestações populares pacíficas de modo que reponha a verdade eleitoral”, lê-se no comunicado do partido liderado por Albino Forquilha.
“Aproveitando-se disto, pessoas de má-fé usaram a imagem do nosso candidato Venâncio Mondlane e dos símbolos do partido Podemos para fazer crachás e outros artigos, para supostamente a população ter passe livre. Neste sentido informamos que estes actos se distanciam da causa defendida pelo nosso candidato assim como o Podemos”, adverte-se.
Ainda no mesmo documento, o Podemos pede que os autores sejam denunciados. “Exortamos a todos os membros, simpatizantes e à população em geral a não compactuar com estes actos e a denunciar estes perpetradores de modo que não associem a nossa causa nobre aos actos criminosos”.
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Avaliação do Polígrafo África: