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Moçambique. Língua chinesa passa a ser leccionada nas escolas secundárias?

Sociedade
O que está em causa?
Circula nas redes sociais a informação de que a língua chinesa passará a ser leccionada nas escolas secundárias em Moçambique. Verdadeiro ou falso?
© Agência Lusa / Luís Nhantumbo

“A língua chinesa passa a ser leccionada nas escolas secundárias em Moçambique”, lê-se numa publicação que já soma mais de dez mil reacções e acima de dois mil comentários.

Na secção de comentários expressam-se opiniões divergentes. Alguns internautas questionam a necessidade da introdução do mandarim no currículo escolar moçambicano.

Não vejo nenhuma necessidade de termos essa língua com tantas línguas nacionais que podemos introduzir no sistema de educação académica”, escreve um utilizador.

Outro acrescenta: “A ser verdade, é uma vergonha. Deviam implementar o ensino em línguas nacionais, em vez de procurarem línguas alheias.”

Mas é verdade que o mandarim passará a ser leccionado no ensino secundário em Moçambique?

Sim. A partir das próximas semanas, os alunos das escolas secundárias Josina Machel e Francisco Manyanga, na cidade de Maputo, terão a oportunidade de estudar mandarim. A iniciativa foi formalizada na semana passada, através da assinatura de um memorando de entendimento entre as duas escolas e o Instituto Confúcio, da Universidade Eduardo Mondlane.

De acordo com o Instituto Confúcio, o principal objectivo é promover a língua chinesa e fortalecer os laços culturais e educacionais entre Moçambique e a China.

Além do memorando, a informação foi confirmada pelos directores das duas escolas, que serão as primeiras a leccionar a disciplina no ensino secundário.

“Trata-se de uma língua amplamente falada no mundo, pelo que é essencial que os alunos, enquanto futuros profissionais, adquiram esta ferramenta para comunicarem além-fronteiras. Para nós, é uma alegria, pois a nossa missão é dotá-los de conhecimentos que os preparem para os desafios globais”, afirmou Orlando Dimas, director da Escola Secundária Josina Machel.

Sabido Congolo, director da Escola Secundária Francisco Manyanga, detalhou os planos para a implementação da disciplina: “Somos uma escola com cerca de seis mil alunos. A nossa prioridade será abranger os estudantes da 7.ª à 9.ª classe, mas também os das 11.ª e 12.ª classes.”

A introdução do mandarim no ensino secundário moçambicano reflecte o crescente interesse em estreitar relações culturais e económicas entre os dois países. Resta agora acompanhar a implementação desta iniciativa e a sua aceitação entre estudantes e a sociedade em geral.

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Avaliação do Polígrafo:

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